Na última quinta-feira, a Ferroviária garantiu a classificação para as fases finais do Campeonato Paulista após derrotar o Ituano pelo placar mínimo e vencer o São Caetano por 3 a 0 no último domingo.
Retomando o início de temporada grená podíamos presumir que o elenco montado foi superior aos grupos nos anos anteriores. Esse pressentimento se deu pelo nível das contratações: os reforços eram originários, em sua grande maioria, dos times promovidos a Série A na temporada anterior. Mais uma vez a certeza que Sidiclei Menezes fez um bom trabalho, assim como fora feito no passado.
Com, mais uma vez a ser ressaltada, uma série de problemas e preocupações para essa temporada, visto o enorme desastre na passada, a Locomotiva foi na direção oposta e montou um elenco muito competente. E vale ressaltar que, esse esquadrão completo colocou a Ferroviária no posto de principal surpresa do Campeonato Paulista 2021, sendo a quarta melhor colocada geral e tendo o segundo melhor ataque do torneio.
Tudo isso comandado por duas importantes e imponentes mentes dentro de campo, Elano e Pintado. Mas vale ressaltar que os elogios para o segundo se dão APENAS dentro de campo.
O que foi feito até agora já se tornou história: a Locomotiva não foi tão bem colocada no Paulistão desde 1985. Para quem estava à beira do abismo, segundo alguns veículos de mídia tresloucados, a nossa situação é até bem positiva.
Os torcedores afeanos já estão satisfeitos com a temporada de 2021 e todos nós sabemos que pode ainda se tornar mais vislumbrante e histórica. E todos esses pontos, só são mais valorizados pela já ressaltada desconfiança que existiu no começo, pelo ano de 2020 e pelas complicações extracampo.
A Ferroviária pode fazer mais história, enfrentando um São Paulo único na década atual: um time muito motivado, invicto até o momento e com peças absurdamente encaixadas, além de um imponente técnico estrangeiro de imensa bagagem no âmbito futebolístico.
O argentino Hernán Crespo montou um São Paulo dependente de cada peça titular, desde o goleiro até o atacante, com cada um sabendo da sua função e executando-a com quase perfeição. Porém, como o advérbio não engana, a execução não é perfeita.
Nessa semana, até a sexta-feira, cabe ao técnico Elano, em conjunto de sua comissão técnica, estudarem o jogo são-paulino e montarem a tática inspirada nos erros, que mesmo que sejam mínimos, existem. O estilo de jogar afeano é baseado nos erros adversários, característica essa que fora ressaltada pelo comandante grená em sua antepenúltima entrevista coletiva pela Ferroviária, no pós-jogo frente ao Mirassol.
Com a vaga na Copa do Brasil garantida e uma classificação para a segunda fase do Paulistão, as previsões de pré-temporada não poderiam estar mais erradas, para vanglória grená.
Resumida a situação, a temporada de 2021 ficará para sempre nos corações grenás. Da forma que foi e que é, amo estar à beira do abismo. Amo também ter um “ano novo grená pouco esperançoso e muito duvidoso”, ou seja, amo queimar a minha língua.
Deixo aqui meu muito obrigado à comissão técnica afeana e aos jogadores: posso dizer que há muito não sentíamos tamanho orgulho pela Ferroviária. No meu caso, só havia sentido em 2015 e 2019 e hoje, com 17 anos, posso dizer que o sinto novamente.