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CotidianoPandemia fez pessoas ficarem mais caseiras

Pandemia fez pessoas ficarem mais caseiras

Mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento social, muitas pessoas preferem ficar em casa, hábito adotado no auge da pandemia

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A psicóloga Andreia Mattos recomenda respeito aos limites na retomada ao convívio social
A psicóloga Andreia Mattos recomenda respeito aos limites na retomada do convívio social

O avanço da vacinação contra covid-19 é uma ótima notícia, que possibilita o retorno ao convívio social, após longos períodos de isolamento social. Mas a volta pode não ser tão simples quanto parece. Algumas pessoas, por opção ou não, acabaram se tornando mais reclusas após o período mais difícil da pandemia.

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“Você acha que vai voltar para uma vida normal, mas não dá. Acho que não tem como voltar a ser como antes. Eu quero ir para a praia, ver os shows, mas acho que não vou perder esse medo de estar na rua. Eu me sinto mais protegida dentro de casa”, avaliou a jornalista Fernanda Miranda.

Ela conta que sempre gostou de ficar em casa e que sua rotina antes da pandemia incluía saídas para programas como barzinhos com música ao vivo ou shows no Sesc em Araraquara ou São Carlos, uma ou duas vezes por semana, além de idas à casa de amigos.

Quando veio a pandemia, veio também o isolamento e a rotina de trabalho em home office, além do desgaste psicológico devido às perdas de amigos e ao medo de ficar doente.

MEDO

“Eu tenho asma e uma doença autoimune. Fiquei com muito medo de pegar covid e morrer, tinha certeza que se pegasse não ia resistir. E perdi muitas pessoas desde o início da pandemia. Foi um desgaste muito grande”, acrescentou a jornalista.

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Todo esse medo deixou sequelas e hoje, mesmo com a flexibilização das medidas de distanciamento social, ela não se sente mais à vontade em ambientes com muitas pessoas. 

Fernanda Miranda, jornalista: desgaste da pandemia trouxe sequelas
Fernanda Miranda, jornalista: desgaste da pandemia trouxe sequelas

“Há duas semanas fui ao aniversário de uma amiga em um bar aberto. Em tese, as pessoas estão protegidas. Mas, como eu não tenho saído, foi um choque ver todas as pessoas sem máscara, só os funcionários do bar com máscara. Se você olhar minhas fotos no aniversário, estou com cara de apavorada. Eu fiquei duas horas e meia ali, por puro amor, e fui embora”, disse.

CASEIRA

A corretora de imóveis Fabíola Padovan também viu sua rotina mudar após a pandemia. Para ela, os dias de confinamento influenciaram muito seu estilo de vida atual, mais caseiro.

“Gosto muito mais de ficar em casa curtindo meu lar, em vez de sair. Meu lazer mudou totalmente. Às vezes me sinto um pouco preguiçosa para sair, ou me socializar”, explicou.

Mesmo tendo a opção de sair de casa, hoje ela prefere fazer atividades como assistir séries e filmes. Quando resolve sair, prefere passeios com sua filha de 5 anos, sem aglomerações.

“O menos virou mais, e sinceramente tenho gostado. Pra mim hoje não existe lugar melhor que meu lar, com minha filha e minhas plantinhas”, concluiu. 

Fabíola Padovan, corretora de imóveis: passeios, só sem aglomerações
Fabíola Padovan, corretora de imóveis: passeios, só sem aglomerações

O operador de câmeras de segurança Franklin Dourado disse que até arriscou sair de casa em duas oportunidades. Mas, ainda que esteja vacinado, continua com medo da covid-19.

“Algumas vezes tenho necessidade de sair. Mas, muito menos que em outros tempos. Isso tem tudo a ver com o período que passei em casa no auge da pandemia”, completou.

AJUDA

A psicóloga clínica Andreia Mattos explica que a retomada da vida social traz vontade de reencontrar os amigos, mas também medo e ansiedade.

“Existe uma mistura de otimismo e incerteza, por conta de novas variantes, efeitos da imunização e possíveis pessoas não vacinadas. Isso gera muita ansiedade”, explicou.

Ela recomenda paciência e respeito aos limites de cada um, para que a readaptação ao convívio social aconteça de forma natural.

“Somos seres sociáveis, mas estamos com nossos músculos sociais atrofiados. Passamos por um período em que tivemos de negar aquilo que somos e que gostamos, que é nos encontrar, abraçar e beijar, para nos proteger e proteger a quem amamos. Construímos uma rotina de segurança e, para sair dela, é preciso tempo e respeito aos limites. Se a dificuldade for aumentando e trouxer outros sintomas, a ajuda profissional se torna essencial”, finalizou Andreia.

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