Flashes, shows e agito sempre estiveram presentes na vida da fotógrafa araraquarense Anna Campos. Muita luta e coragem também estão por trás de todo pique – e click – dessa mulher forte e otimista.
Ela começou como colunista do jornal Gazeta em 2013, em Américo Brasiliense, cidade vizinha, onde sempre morou.
Bastava um rodeio que ela era vista clicando de todos os ângulos, e assim abriu um site de eventos, o Agitto Vip.
Aí não teve jeito, se encantou pela fotografia social e focou nos shows da região. Com muito foco e trabalho, foi ampliando seu caminho na área e acabou também na produção de eventos.
“A paixão pela foto se iniciou em 2013 quando era colunista social, comecei sozinha e me apaixonei pelo que fazia nos eventos, aí montei meu site. Fiz aniversário, casamento, mas o que mais gosto é de rodeios e desfile”, conta.
Ela viajava muito fotografando shows de artistas como Michel Teló, Edson e Hudson, Raça Negra, entre tantos outros. Mas por volta de 2014, em uma época de muito agito e produção, enfrentou um grave tumor no ovário e teve que ser internada.
Aos poucos e em recuperação, ela foi voltando para a área e mirou também outras “paisagens”: nascia o projeto “Piruquinha do Bem”.
Quando estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Araraquara, teve a ideia do projeto beneficente. A ação social sem fins lucrativos e apartidária arrecada cabelos para crianças com câncer e leucemia do estado de São Paulo internadas no Hospital Amaral Carvalho de Jaú.
A fase não foi nada fácil e Anna contou com a ajuda de amigos, e da sua fiel escudeira, a máquina de fotografar.
“Fiquei na UTI desenganada nessa época, mas superei graças a Deus. A fotografia me ajudou muito, me fez levantar, por um lenço no cabelo e fotografar. Depois doei meu lenço em uma campanha. Mesmo sem o cabelinho eu continuei trabalhando”, conta.
Hoje aos 45 anos, ela está curada e com muita disposição para ajudar.
FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM
“Quando perdi meu cabelo eu estava na UTI da Santa Casa e senti uma coisa no coração de fazer alguma coisa em relação a isso. Aí comecei a arrecadar mechas de cabelo, para o Hospital Amaral Carvalho, um projeto sem fins lucrativos”, explica.
Levando muita autoestima e solidariedade às pequenas pacientes internadas, ela vai a cada três meses ao hospital entregar as mechinhas.
“Vários salões de cabeleireiro da região me ajudam, é um projeto que deu muito certo. Levo cabelo, touca, lenços e produtos de higiene”, diz.
Quando esteve doente, Anna perdeu muito sangue na cirurgia, mais de dois litros, e teve que fazer transfusão. Ela passou por vários hospitais da região e de São Paulo. E lembra até hoje dos amigos que a ajudaram a passar por essa fase.
“Muitos amigos da imprensa me ajudaram nesse período com campanhas de sangue. Aí tive que interromper um pouco a fotografia de 2015 a 2016”, conta.
FOCO, FORÇA E FÉ
Agora com a pandemia do novo coronavírus, a área de eventos foi bastante atingida, mas a fotógrafa – otimista e forte por natureza – não desanima.
No momento ela trabalha como motorista, e se reinventa enquanto aguarda o fim da pandemia.
“Por conta da pandemia tive que parar agora e estou trabalhando como motorista, mas meu sonho não acabou. Espero que tudo volte ao normal, sei que haverá dificuldades na nossa área por mais um tempo, mas tenho fé que tudo retornará em breve”, conclui.