“Alimentar pessoas que estão com fome, em especial nessa época de Natal, é gratificante. É bom saber que, quando a população se une, consegue fazer a diferença na vida do próximo e das nossas próprias vidas. É reconfortante saber que, enquanto estamos ceando, eles também estão ceando, graças a ajuda de pessoas que fazem toda a diferença na vida dos mais necessitados”, afirma Edanan Della Piage, responsável pela Associação Geladeira Comunitária.
A alegria de Ednan não poderia ser diferente, afina, a mesma ceia que estará presente em sua mesa – Peru, carne vermelha, arroz especial e muito amor também está nas mãos daqueles que tem fome e estão em situação de rua.
Isso porque a Associação irá entregar, nesta quinta-feira (23), 250 marmitas com uma ceia especial para os moradores cadastrados na geladeira e para aqueles que vivem na praça do Faveral e demais praças da cidade.
“É um prazer imenso, nos traz paz, alegria e esperança por um mundo melhor, com menos desigualdade social, menos injustiça e com mais amor”, afirma
“É preciso sair da zona de conforto”
Há quatro anos Ednan Dalle Piagge deu inicio a um projeto teoricamente simples. Instalou uma geladeira em frente a seu comércio para que as pessoas pudessem deixar marmitas e outros alimentos para que moradores em situação de rua e famílias em situação de vulnerabilidade pudessem saciar sua fome.
“É gratificante! O projeto da geladeira irá completar quatro anos no dia 30 de dezembro, sendo dois anos de pandemia. Se antes não estava fácil, a pandemia piorou tudo. A gente vê o agir de Deus, porque a gente só saiu da nossa zona de conforto e procurou ajudar, mas a ajuda que vem é muito grande e de todos os lados”, explica.
O comerciante poderia parar por ali, mas optou por sair da sua zona de conforto e ajudar mais e mais pessoas. Em 2020, com a pandemia de coronavírus e o aumento do desemprego e a fome, o grupo decidiu levar comida para as famílias do bairro Hortência e deu início a uma cozinha comunitária.
“Graças a isso, a gente vê que consegue ajudar as crianças a terem esperança, pois muitos são órfãos de pai ou de mãe, ou de ambos sendo criados pelos avós e a gente vê que tanto no bairro, quanto os moradores em situação de rua, que já não tinham esperança na vida, o projeto já tirou 38 pessoas da rua, permitindo que conquistassem sua casa.
A gente precisa sair da zona de conforto para encontrar pessoas que necessitam de ajuda, que necessitam não apenas de um alimento, mas também de um abraço ou de uma atenção a mais.
O melhor da geladeira comunitária é estar com essas pessoas o ano todo e ter a oportunidade de ver a vida de cada um deles mudar.