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Os recentes casos de racismo denunciados no Plantão Policial de Araraquara e o episódio envolvendo o jogador do Real Madrid Vini Jr., revisitaram a importância de se discutir os impactos desse tipo de crime na vida das vítimas e seus reflexos na sociedade.
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Mas, se engana quem pensa que estes casos são isolados. Dados da coordenadoria de Políticas Étnico-Raciais revelam que entre julho de 2022 a maio de 2023 foram registradas 37 denúncias de racismo em Araraquara. Somente na última semana, foram três casos denunciados.
Os locais mais comuns para esse tipo de crime na Morada do Sol são escolas e ambiente de trabalho das vítimas. Segundo o “mapa do racismo”, oito das 37 denúncias registradas estavam relacionadas às unidades de ensino, sejam elas públicas ou particulares.
Para a coordenadora de Políticas Étnico-Raciais da Prefeitura, Alessandra de Cássia Laurindo, vem crescendo o número de pessoas dispostas a denunciar os crimes. “Os casos não aumentaram, mas as pessoas estão se conscientizando e denunciando mais”, introduziu.
“Temos feito o acolhimento das vítimas que chegam até nós, orientando a fazer o Boletim de Ocorrência e acompanhando até a representação. Estimulamos a não desistirem dos processos, porém nosso limite vai até aí”, completou Alessandra de Cássia Laurindo.
A responsável pelo órgão celebrou a promulgação da Lei 14.532/23, que equipara a injúria racial ao crime de racismo e prevê novas penas para casos em contexto de atividade esportiva, religioso e recreativo. Mas, ressaltou existir morosidade da Justiça na análise dos casos.
“Existe uma morosidade nos julgamentos e um abrandamento nas condenações absurdamente lamentável. Mesmo com a promulgação da Lei 14.532/23 não vemos ninguém ser condenado pelo crime de injúria ou de racismo em nossa cidade. Se tem o crime, se tem a prova, nada justifica a superficialização da condenação que vem ocorrendo”, alertou.
O Centro de Referência Afro vem estimulando as vítimas de injúria racial e de racismo a seguirem com o processo até a condenação dos acusados. O espaço, além de oferecer acolhimento, possui canal de denúncia, o “SOS Racismo”, pelo (16) 99626-9466.
“A importância é escancarar que o racismo existe, não é mimimi, e também mover as Políticas Públicas de todas as instâncias para combatê-lo. Todas as pessoas que se sentirem discriminada pelo crime configurado como racismo podem e devem nos procurar”, concluiu.
O Centro de Referência Afro Mestre Jorge está localizado na Avenida Mauá, 377, Centro e atende também pelos telefones (16) 3322-8316 e 99626-9466. O local trabalha com orientação no combate ao racismo e acolhimento psicológico para as vítimas.
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