Araraquara registrou o menor número de homicídios dos últimos 23 anos, de acordo com os dados disponibilizados pela secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a partir de 2001. No ano passado, a Polícia Civil investigou seis mortes violentas na cidade.
Até então, 2020 havia sido o ano com o menor número de assassinatos, com sete no total. Já o ano mais violento foi 2002, com 37 mortes.
Na avaliação do delegado seccional da Polícia Civil, Fernando Giaretta, essa redução está associada ao elevado índice de esclarecimento dos casos. Segundo ele, as ocorrências mais graves, como latrocínios, homicídios e roubos, têm prioridade para os investigadores, e, no ano passado, apenas uma morte ainda não foi elucidada.
Dos seis homicídios cometidos, três foram em decorrência de arma de fogo e as demais por asfixia e estrangulamento, espancamento e faca. Todas as vítimas eram homens, com idades entre 28 e 46 anos. (Relembre todos os casos abaixo)
A maioria dos crimes acontece por ocasião. O homicídio é um crime difícil de prevenir porque a polícia não consegue saber se o criminoso está saindo de casa para matar. Por isso, depende muito da educação e da repressão. Ver que os crimes são esclarecidos e que as condenações existem faz a pessoa valorizar sua liberdade e saber as consequências.
Fernando Giaretta – delegado seccional da Polícia Civil
Os casos registrados em Araraquara em 2024 também representam uma queda de 33% em relação ao ano anterior, quando ocorreram nove homicídios.
Para o delegado, a redução desse tipo de crime passa pela educação das pessoas, conhecimento das leis e trabalho preventivo da Polícia Militar e de investigação da Polícia Civil, além das denúncias pelo Ministério Público e do Judiciário.
Outro ponto é o número elevado de prisões. “A cada ano, a polícia está prendendo mais, fazendo mais flagrantes, mais prisões preventivas e temporárias, mais cumprimento de mandados de prisão. Então, a produtividade está maior e o crime diminuindo“, completou.
RELEMBRE OS CRIMES

O primeiro homicídio de 2024 foi registrado no dia 14 de fevereiro. Éder de Barros Leite, de 36 anos, foi executado a tiros em frente a um bar no Jardim Brasil. O crime foi gravado por câmeras de segurança.
O autor dos disparos foi preso dois meses depois, durante operação da Polícia Civil. Ele seria traficante de drogas no Jardim Tabapuã.

O segundo caso também ocorreu em um bar, no bairro Santa Angelina, no dia 31 de maio. Alan Albergaria Prado, de 45 anos, foi encontrado morto a tiros no banheiro do estabelecimento.
O suspeito foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Com ele, os policiais apreenderam uma pistola 9 milímetros e um carregador com nove munições intactas.

No dia 14 de junho, Marcos Aparecido Lopes de Oliveira, de 46 anos, foi morto a tiros no bairro Selmi Dei. Seu corpo foi encontrado no quintal da residência.
Cerca de três meses depois, quatro homens e duas mulheres foram presos pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), suspeitos de cometerem o crime e integrarem uma facção criminosa.

O caso mais emblemático foi registrado no dia 1º de setembro, na casa noturna Almanaque, no Centro, e resultou na morte de Fábio Luiz Alves Gaspar, de 40 anos, conhecido como Fabinho Cross. Depois de um longo trabalho de investigação, foi concluído que ele foi morto por asfixia mecânica, mediante estrangulamento.
Cinco pessoas foram identificadas e denunciadas pelo MP. Quatro funcionários do estabelecimento e um cliente tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e respondem pelo crime de homicídio qualificado. Duas pessoas continuam foragidas.
No dia 7 de setembro, Douglas Rodrigues da Silva, de 33 anos, morreu na Santa Casa depois de ser esfaqueado por uma mulher, em um motel no Jardim Arco Íris. Além da vítima fatal, ela também teria atingido outro homem que também estava no local.
A suspeita, que seria garota de programa, foi presa em flagrante pela PM a poucos metros do local do crime, e a faca utilizada no crime foi apreendida.

A DIG ainda investiga a última morte de Alex Nascimento Souza, de 28 anos. Ele morreu no dia 13 de dezembro, depois de passar dois meses internado, em decorrência de um espancamento no Jardim das Hortênsias.
A investigação está em sigilo policial, mas o acidade on apurou que há suspeitos identificados e que pessoas já prestaram depoimentos, incluindo familiares da vítima. No entanto, ninguém foi preso.