Bloquinhos estudam voltar às ruas de Araraquara ainda neste ano. O Carnaval de fevereiro foi cancelado, mas deve acontecer fora de época e em eventos particulares, sem apoio da prefeitura.
Na Capital, os desfiles das Escolas de Samba serão realizados na sexta-feira (22), durante o feriado prolongado de Tiradentes. Por aqui, ainda não há definição.
O bloco “3 é amor” tem a intenção de realizar a festa, mas no começo de maio. Os organizadores ainda estão discutindo a melhor maneira de fazer o evento com segurança, inclusive, com a exigência do comprovante de vacinação.
“A gente vai montar uma estrutura um pouco diferente da tradicional, delimitar o espaço para ter condições sanitárias de garantir a segurança de todas as pessoas que se vacinaram, tomaram sua dose de reforço e, agora, com todo direito vão festejar e celebrar a vida”, diz Yuri Sabino, um dos fundadores do bloco.
O local, que deve ser público e aberto, também não foi definido. Mas a ansiedade é grande. “Existe um anseio, uma vontade reprimida muito grande das pessoas se divertirem, celebrarem e fazerem o que elas mais gostam, que é dançar, curtir, pular, colocar glitter na cara, uma roupa que habitualmente não usam e serem felizes”, afirma.
O bloco Zinho também pretende voltar à Praça das Bandeiras, mas a falta de iluminação e energia no local impede que o evento aconteça neste momento.
Francisco Salles Colturado, o Fran Zinho, conta que a vontade é enorme, mas, que a praça não oferece condições. “Me cobram muito, mas como eu vou oferecer sem estrutura? Se a prefeitura colocasse [iluminação e energia], a gente tentaria, fora isso fica impossível”, justifica.
Mas ele garante que a festa ainda vai sair. “Sem pressa, a gente faz em outro momento”, completa.
Procurada, a prefeitura de Araraquara afirma que “a previsão é de conclusão do trabalho na semana que vem na Praça das Bandeiras”.
Já o bloco Cordão da Luz Divina adiou para o ano que vem a festividade. Em 2020, último Carnaval antes da pandemia, mais de 6 mil foliões participaram do cortejo.
O fundador do bloco, Juliano Machado, justifica que não há espaço suficiente que garanta aglomeração com segurança. “A gente não vê isso com a possibilidade concreta de segurança, e como a gente tem uma proposta de ocupação de espaço público, é um Carnaval gratuito, não é nossa ideia”, explica.
Mas, para o ano que vem, ele resume o Carnaval em uma palavra: libertador.
Sobre o assunto, a Prefeitura de Araraquara afirma que não tem programação cultural de Carnaval no feriado de 21 de abril e que se tratam de eventos particulares.
Segundo o secretário de Segurança Pública, coronel João Alberto Nogueira Junior, até o momento, não houve nenhuma solicitação para interdição de vias públicas para a realização de eventos desta natureza.
“Qualquer evento passa pelo crivo da secretaria. A gente analisa o local, os impactos na fluidez e na segurança do trânsito, linhas de ônibus, a proximidade com hospitais”, explica. “Tudo depende da solicitação do local e do dia, mas, por enquanto, não houve nenhuma solicitação”, completa.
Yuri Sabino, um dos fundadores do bloco “3 é amor” lembra que foram dois anos respeitando as regras sanitárias. “No momento em que a pandemia estava agravada, nós entendemos e respeitamos todas as determinações das autoridades de saúde, e o bloco de maneira responsável, necessária, se resguardou”, finaliza.