A presença de um casal de tucanos tem surpreendido funcionários do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara (DAAE). Nesta quinta-feira (28), os animais voltaram a aparecer e a encantar os servidores.
Os tucanos costumam ficar próximos a sede e escritório, no antigo clube Estrela. Por enquanto, eles ainda não “migraram” para a praça da Fonte Luminosa.
Segundo a servidora Sônia Cassoli, como existem muitas árvores frutíferas no local, as aves aparecem com frequência. “Como aqui é um lugar arborizado e tranquilo, aparecem muitos pássaros e, geralmente, são tucanos. As pessoas aqui são conscientes e não alimentam os pássaros”, contou.
MADE IN BRASIL
O biológo Hugo Henrique Lanzi Saulino explicou que existem em torno de 20 espécies de tucanos no Brasil, principalmente, na Floresta Amazônica. Por lá, a espécie mais comum é a Araçari.
Segundo ele, os animais que aparecem em Araraquara são da espécie Ramphastus toco, popularmente conhecidos como Tucunuçu. De bico alaranjado e o peito preto, as aves chamam atenção pela beleza.
“É uma espécie nativa do Brasil e merecem todo o nosso cuidado e respeito. É comum estarem em áreas com árvores frutíferas e em áreas reflorestadas com essas árvores, em pomares. Vale a pena ter essa oportunidade de observar e se encantar com essas aves e contraste de cores, são muito bonitos”, apontou.
No estado de São Paulo e no Mato Grosso é mais comum ver a espécie Tucanuçu, assim como em regiões da Mata Atlântica e Cerrado.
Saulino reforçou que os tucanos são aves ariscas e sempre ficam nas copas das aves. “Eles nunca ficam no chão, sempre estão no copa das árvores e às vezes dá para ver eles em topos de prédios também”, comentou.
ALIMENTAÇÃO
Frutas e sementes são os alimentos preferidos, mas, eles também caçam aves pequenas e ninhos, além de pequenos roedores. “A alimentação não é exclusiva de frutos, comem insetos, ovos de outras espécies de aves e pequenos roedores”, afirmou o biólogo.
De acordo com ele, na época do outono-inverno, é mais comum a frequência dos tucanos em áreas urbanas, devido a queimadas e escassez de frutas nas florestas da região.
“Talvez a frequência deles aqui na cidade nessa época esteja relacionada a escassez de frutas nas florestas da região, ou provavelmente temos menos chuva e maior incidência de incêndios, onde eles buscam refúgios para buscar alimento”, apontou.
BIODIVERSIDADE
Para o biólogo, é importante incentivar o plantio de pequenos pomares em quintais e também através de serviços públicos para atrair as aves e auxiliar na biodiversidade.
“Importante também fazermos uma reflexão sobre o nosso papel na manutenção biodiversidade e colaborar com esses animais silvestres. Cada vez mais elas estarão próximas das nossas casas devido a expansão rápida da cidade”, avaliou.