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CotidianoColunistasInépcia administrativa é a marca do governo federal

Inépcia administrativa é a marca do governo federal

A letargia do governo federal e a sua incapacidade de observar a realidade estão colocando o Brasil numa trajetória de alto risco

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Ao início do mês novembro de 2020 o então novo presidente do Banco do Brasil, em entrevista coletiva, anunciava mudanças estratégicas na atuação dessa empresa bicentenária. Após dois meses, porém, o Presidente Bolsonaro demonstrou a intenção de demitir André Beltrão. A alegação feita foi a de que ele, enquanto Presidente, não havia sido consultado previamente da intenção de fechamento de agências bancárias em diversos municípios. Alegou esse desconhecimento mesmo havendo a ampla publicidade, e com 60 dias de antecedência, da proposta de potencial reestruturação do Banco do Brasil. 

Ao menos 9 dias antes de ocorrer a recente crise hospitalar em Manaus, o Ministério da Saúde havia sido informado da escassez do vital recurso: oxigênio líquido. Além disso, tão logo o Governador do Amazonas, em 26 de dezembro de 2020, proibiu a abertura do comércio em Manaus, militantes políticos, partidários do Presidente Bolsonaro, manifestaram-se em ato no centro de Manaus contra tal decreto. Dada a revogação desse decreto, deputados, além de parentes do Presidente Bolsonaro, festejaram o recuo do Governador. O agravamento da crise sanitária alimentada por essa atitude de flexibilização e o consequente aumento de mortes era previsível. Até no Japão e na Inglaterra já havia o anúncio da variante do vírus da Covid-19 com maior transmissibilidade existente em Manaus. 

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O voo da Azul para a Índia, no dia 15 de janeiro, com a intenção de trazer carregamento de vacinas, não resultou em nada e nem poderia. O prazo de entrega de vacinas firmado em 08 de janeiro de 2021 era de 90 dias, conforme explicitado no Processo 25386.000016/2021-07- Serum Life Sciences Ltda com a Fiocruz. Desde o início deveriam saber, os responsáveis pelo voo da aeronave, que não haveria embarque de carga nenhuma no avião da empresa aérea Azul. 

Uma das principais características do planejamento estratégico é a de prospectar cenários com rapidez e constância. O futuro é incerto, porém, tendências, dados e outros sinais e manifestações permitem, em certa medida, antecipar-se a problemas ou minimizá-los. Quanto mais inteligente for o analista, estadista, chefe de governo, operador da bolsa, administrador ou qualquer um que tenha poder de decisão efetivo, mais saberá minimizar ou evitar catástrofes, dificuldades, limitações ou a simples escassez. 

O que está ocorrendo no Brasil desde a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República é que o dirigente maior do estado brasileiro ignora fatos e realidade. Seja por limitação cognitiva ou mera conduta  – a opção por uma delas, ou a outra qualquer, caberá à avaliação psicológica acurada –  as ações desse governante no biênio de início do mandato, limitadas na maioria das vezes à questões comezinhas e particulares, foram no mínimo insuficientes para potencializar nossa pátria brasileira. O atraso que aqui vivemos, porém, agora por duas décadas perdidas em desenvolvimento econômico, impõe urgências. 

O dilema que se apresenta neste ano de 2021 para o Brasil é encurtar o caminho via impeachment ou aguardar as eleições de 2022. Ambas dependem do estabelecimento prévio de nova correlação de forças para algum pacto desenvolvimentista. As pesquisas de opinião que doravante irão surgir, por sua vez, tendem a demonstrar a perda de popularidade do atual governo federal. O pior cenário será caso essa perda não encontre perspectivas de solução satisfatória percebíveis pela população e por suas lideranças políticas. 

Sempre temos que ser otimistas frente ao futuro. Trata-se de obrigação e compromisso com a sobrevivência e o porvir benfazejo. Esse é o caminho da virtude. A situação atual de nosso Brasil, no entanto, está colocando esse sentimento à dura prova. É aguardar para ver o que irá ocorrer. Confiamos que seja o melhor.

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