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CotidianoCom carros danificados por árvore, mães ficam sem alternativas para levar filhos com TEA às terapias

Com carros danificados por árvore, mães ficam sem alternativas para levar filhos com TEA às terapias

Mais que um veículo, os automóveis ajudavam na rotina e tratamentos das crianças

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A técnica de farmácia Milena Regina Souza dos Santos, de 33 anos, e a dona de casa Adriéle Estefânia Alves Posso, de 27, têm muitas coisas em comum. As duas dedicam suas vidas, seu tempo e suor à saúde e cuidado de seus filhos, ambos diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Naquele domingo (9), ambas estavam no mesmo local, a Maternidade Gota de Leite, quando receberam a informação de que seus carros foram danificados por uma queda de árvore, em frente à Praça Pedro de Toledo, em Araraquara. Além dos carros das duas, outro carro foi atingido.

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Mais que um veículo, os automóveis ajudavam na rotina e tratamentos das crianças. Sem seguro, as duas procuram alternativas para pagar os danos e cobrar a prefeitura, responsável pelas árvores do município.

SUSTO

Adriéle é de Boa Esperança do Sul, e procurou a maternidade por conta de uma possível complicação após uma cirurgia de laqueadura. Enquanto isso, seu filho de 5 anos e marido estavam a esperando no carro quando a queda da árvore aconteceu.

Ela recebeu ligação da mãe, avisando, e saiu correndo para fora da maternidade.

“Sai de lá de dentro apavorada, sai na porta e encontrei meu menino de 5 anos no colo do pai dele chorando”, contou.

O impacto danificou os vidros, retrovisor, para-brisa e o para-choque do carro, um C3. “Fez um estrago grande”. O automóvel é financiado e não tinha seguro. A família adquiriu o veículo para ajudar no transporte edo filho de Adriéle às terapias e consultas médicas, já que eles são de outra cidade.

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“A gente que leva ele para todo lugar, porque se a gente esperar a prefeitura arrumar transporte a gente tem que sair 5h, 6h de casa para consultar que é às 9h”, disse a dona de casa. O valor cotado para conserto dos vidros somente ficou em R$ 5 mil.

MÃE SOLO

A realidade da Milena também não é muito diferente da de Adriéle. “Eu sou mãe de 2 crianças, uma delas autista, que depende do carro todos os dias pra terapias, e uma pequena que preciso levar buscar na escola. Além do mais, numa emergência não disponho de um veículo pra socorrê-los”, disse.

Ela estava de plantão na maternidade quando aconteceu a queda. “E agora sem respaldo algum por parte da prefeitura, não tenho a mínima condição de pagar conserto do carro, o mesmo foi comprado a menos de 6 meses”, contou.

O carro dela, um Ford KA, foi parcialmente atingido, mas os valores cotados para reparar os danos na funilaria, para-choque, amortecedor, ultrapassam os R$ 10 mil.

“Eu paguei aproximadamente R$ 13 mil, ainda pago, porque fiz um consignado e faltam mais dois anos para pagar. Vou ter que parar uns dias o carro, não tem o que fazer. Eu sou divorciada, sou eu que levo meu filho em tudo, na escola, ele fica muito agitado, então não consigo mandar no transporte da prefeitura”, contou Milena.

Ela tem um filho de 8 anos, diagnosticado desde os 3 anos com autismo moderado.

“Tudo acaba usando o carro, não tem jeito, eu até acabei me endividando para comprar o carro e eu nem devia, tenho muita coisa para pagar, só o medicamento dele custa R$ 800, a médica que acompanha ele, o plano de saúde não cobre, fora o valor do plano de saúde. Até para usar Uber é complicado, porque ele não aceita entrar em outro carro. Ele é muito apegado com rotina”, desabafou Milena.

O QUE DIZ A PREFEITURA?

Questionada, a Secretaria de Meio Ambiente disse que as árvores da Praça Pedro de Toledo passaram por vistorias técnicas em 2023.

Na ocasião, foi solicitada a remoção das que apresentavam risco de queda devido ao estado fitossanitário comprometido. Em vistoria técnica realizada anteriormente, não foram identificados sinais aparentes de risco iminente de queda na árvore que tombou. O laudo técnico não indicava a presença de lesões que comprometessem sua estrutura.

A secretaria disse também que o setor de Arborização Urbana realiza inspeções conforme as demandas recebidas. Durante essas vistorias, são avaliadas condições como presença de galhos secos ou quebrados, doenças e pragas que possam comprometer a saúde das árvores. Quando necessário, as manutenções são encaminhadas para a Secretaria de Obras e Serviços Públicos.

Informou que nos casos em que a responsabilidade da Prefeitura for comprovada, os danos materiais podem ser indenizados. Para isso, é necessário apresentar imagens datadas do evento, boletim de ocorrência, três orçamentos de empresas idôneas e protocolar o pedido no sistema digital 1Doc da Prefeitura.

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Raquel Baes
Raquel Baeshttps://www.acidadeon.com/araraquara/
Raquel Baes é formada em Jornalismo pela Universidade de Araraquara (Uniara) desde 2018. Passou pelas redações do Portal g1, EPTV Central e atualmente escreve para a editoria de Lazer e Cultura do acidade on Araraquara
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