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CotidianoDia Mundial do Skate: cenário e desafios em Araraquara

Dia Mundial do Skate: cenário e desafios em Araraquara

Skatistas da cidade comentam sobre atual momento do esporte na cidade; falta de campeonatos e reforma das pistas são questionados

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Jeff Freitas é referência no skate da Morada do Sol; ele dá aulas no município (Foto: Amanda Rocha)

 

  

 

Atualização 21/06 às  18h22 para posicionamento da Prefeitura de Araraquara

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Em 2021, o skate estreou nas Olimpíadas e o mundo viu o talento de garotos e garotas, como a brasileira Rayssa Leal, a Fadinha, com as suas manobras radicais em cima do shape. 

No dia Mundial do Skate, comemorado nesta terça-feira (21), uma galera de Araraquara se dedica de corpo e alma ao “carrinho” e também sonha alto. 

Uma das referências do esporte na Morada do Sol é Jeff Freitas, de 50 anos, skatista desde os seis anos de idade. 

Jeff dá aulas nas escolinhas municipais, na pista do CEU das Artes, no Jardim Indaiá, e na pista da praça Scalamandré Sobrinho, a pista da Ferroviária. Ele literalmente vive e respira o skate diariamente. 

“Para mim skate é estilo de vida, eu vivo skate. Nem ando de moto nem de carro, só de skate pela cidade”, apontou.  

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Além de dar aulas, ele põe a mão na massa- e no cimento: arruma buracos nas pistas e orienta a galera sobre cuidados com o ambiente. 

“Eu dou aulas de skate, mas as pistas precisam estar em boas condições. No momento estou arrumando as pistas porque é preciso um lugar limpo e bem apresentado para que as crianças e adolescentes venham praticar”, avaliou. 

Em Araraquara, há três profissionais que ensinam crianças e adolescentes de seis a 16 anos a se equilibrarem sobre as quatro rodinhas. 

 GAROTA SKATISTA

Concentrada e “remando” o seu skate, a pequena Isabella dos Santos Deliccio, de sete anos, praticava na pista da Ferroviária. Ela ganhou um skate de aniversário no começo do mês e começou a frequentar as aulas com o professor Jeff. 

“Meu sonho era andar de skate e no meu aniversário eu ganhei um e equipamentos. Meu pai andava de skate e eu fiquei interessada, comecei a ver notícias e agora faço aulas toda semana, já estou aprendendo”, comemorou. 

Jeff disse que aumentou muito o número de meninas skatistas, desde as Olimpíadas.
“O skate teve mais visibilidade e credibilidade nas Olimpíadas, né. As meninas começaram a andar mais por causa da Fadinha e abriu os horizontes. O esporte não é só para meninos”, apontou. 

Isabella começou a andar de skate esse ano e é aluna nas escolinhas municipais (Foto: Amanda Rocha)

ADRENALINA E DISCIPLINA
O skate é um esporte individual, onde cada skatista desenvolve um estilo e uma linha de apresentação. 

Segundo Jeff, a maioria dos skatistas locais é de street ( com obstáculos), já que a cidade não tem pista vertical pública. 

O balconista Bruno Coni Soares, 21 anos, o “Bigode” , começou a andar de skate para tentar algo diferente do futebol e refrescar a mente do dia a dia.
Ele anda todos os dias com amigos na pista da Ferroviária, e disse que o skate o ensinou a ter mais disciplina e persistência. 

“Para mim é um esporte de escape dos problemas do dia a dia, e acho muito importante para a saúde do nosso corpo e mente. O skate mudou tudo na minha vida, me faz ser quem sou hoje e, graças a ele eu adquiri disciplina e mais persistência”, apontou. 

Para o professor Jeff, o skate ainda não é visto da forma que deveria, como esporte e educação. “Falta muito respeito pelo local que se usa, manter limpo, ter mais conscientização sobre o espaço e cuidar”, frisou.   

 

Pistas precisam de reformas, o professor e skatista Jeff Freitas acaba reformando os locais com frequência (Foto: Amanda Rocha)

 

 REFORMA NAS PISTAS

Araraquara possui quatro pistas de skate: na praça do bairro Cecap, no CEU das Artes Indaiá, no Pinheirinho e a da Ferroviária. Porém, skatistas da cidade apontam abandono e falta de manutenção em alguma delas. 

“Na questão das pistas, elas precisam urgente de reforma. A cena do skate está abandonada na cidade porque não tem manutenção nas pistas, não tem reforma e nenhum evento. Eu vejo que falta muito apoio do governo municipal , inclusive para realizar campeonatos e reviver o skate em Araraquara”, enfatizou o skatista Bigode. 

No esquema faça você mesmo, típico do universo do skate, o veterano Jeff acaba muitas vezes reformando por conta própria as pistas para praticar e dar aulas. 

“Minha função é dar aulas mas as pistas precisam ser melhoradas para a gente usar. No Pinheirinho precisa recapear o chão, já mandamos a demanda para o prefeito e está no orçamento participativo. No Cecap, a pista precisa de reparos, o chão está muito áspero e não dá para andar direito. Já a pista da Ferroviária é referência aqui e agora está arrumada, com luz novamente. Eu acabo indo atrás e arrumando mesmo”, disse. 

O skatista mirim Eduardo Henrique Benedito, de 10 anos, assistia a reforma do professor na pista do Indaiá. Ele começou a praticar no começo do ano e já está “dropando” a rampa mais alta da pistinha. 

Skatista: Eduardo se prepara para dropar a rampa de pista no CEU das Artes do Indaiá (Foto: Amanda Rocha)

 

“Eu vi pela TV uns skatistas e me interessei. Comecei a andar desde o começo do ano e já consigo dropar. Eu tenho o sonho de participar de campeonatos e conhecer pistas de skate maiores”, contou. 

Em breve, o professor skatista Jeff pretende correr atrás de patrocínio e realizar campeonatos na Morada do Sol. 

“Os campeonatos estão parados na cidade porque com a pandemia as lojas deram uma quebrada, e elas que geralmente patrocinam os campeonatos. Eu pretendo fazer novos campeonatos, sempre vou fazer o possível pela cena do skate”, conclui.  

Em nota, a Prefeitura de Araraquara informou que a pista de skate do Parque Pinheirinho será reformada e que faz parte do projeto da obra da praça inclusiva do Pinheirinho, que está em andamento.  

A pista e obra da praça inclusiva  foi eleita como prioridade em plenárias na temática das pessoas com deficiência do Orçamento Participativo (OP)”, informou a prefeitura.

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