Cumprindo em liberdade o restante da pena pelo assassinato do marido empresário, a ex-detenta Elize Matsunaga, de 41 anos, trabalha como motorista de aplicativos em Franca, interior de São Paulo. Elize se mudou para a cidade depois de deixar a penitenciária feminina de Tremembé, após progredir para o regime aberto. Na ocasião, ela havia completado dez anos na prisão. Elize foi condenada a 19 anos e 11 meses por assassinar Marcos Kitano Matsunaga e esquartejar o corpo.
A revelação sobre a nova atividade da ex-detenta foi feita pelo escritor Ulisses Campbell, autor de livros e de uma biografia de Elize, em publicação no perfil Mulheres Assassinas. O novo trabalho da ex-detenta foi confirmado por taxistas da cidade que já cruzaram com a nova profissional do setor pelas ruas. Pessoas que utilizaram os serviços de motorista a descreveram em redes sociais como cuidadosa e atenciosa.
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Segundo publicação do biógrafo, Elize usou o nome de solteira para se inscrever em três plataformas de aplicativo, uma delas local. A ex-detenta trabalha com um carro Honda Fit, ironicamente uma marca japonesa, como a ascendência do marido. No perfil das plataformas, ela evita o sobrenome Matsunaga, do marido assassinado, e utiliza seu nome de solteira: Elize Araújo Giacomini.
A mulher é bacharel em direito, formada também em contabilidade e técnica de enfermagem. Ela teve descontos na pena por trabalhar e estudar na prisão. A exemplo do que aconteceu com Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais e que criou a loja virtual Su Entrelinhas para vender acessórios femininos feitos à mão, Elize também recebe críticas e elogios nas redes sociais.
Internautas ironizam o fato de ela ter colocado as partes do corpo do marido no porta-malas do carro após o esquartejamento e perguntam se alguém estranharia caso ouvisse barulhos no bagageiro do veículo dela. Outros lembram que a mulher está tentando reconstruir a vida de forma digna e honesta. “infelizmente, as pessoas ainda têm medo e preconceito por ela ter cometido um assassinato”, postou um morador de Franca.
Uma internauta disse que não teria coragem de fazer uma corrida com ela como motorista. “Não estou questionando a salvação dela, mas enquanto aqui no mundo, temos de ser prudentes. Ela pode trabalhar, mas não como motorista de aplicativo”, disse. Outra defendeu a iniciativa. “Deixa a mulher trabalhar em paz e quem não está satisfeito com a pena dela vai reclamar com a Justiça”.
O CRIME
O assassinato de Marcos Matsunaga aconteceu em maio de 2012 no apatamento do casal, na Vila Leopoldina, em São Paulo. O empresário era herdeiro da empresa de alimentos Yoki e, segundo a investigação, Elize cometeu o crime por suspeitar de traição. O marido foi morto com um tiro na cabeça e, depois, teve o corpo cortado em partes, que foram colocadas em sacos e levadas no porta-malas do carro. As partes foram espalhadas em áreas verdes da Região Metropolitana de São Paulo. A mulher confessou o crime durante a investigação.
Sem conseguir contato com Elize, a reportagem procurou seu advogado, Luciano Santoro, e ainda aguarda retorno.
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