Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos problemas mais graves da sociedade, com aproximadamente 2 bilhões de adultos fora do peso em todo o mundo, de acordo com a classificação do IMC (Índice de Massa Corpórea), que é um índice obtido da divisão do peso total pela altura elevada ao quadrado.
Entretanto, a endocrinologista doutora Mariana Carvalho de Oliveira orienta sobre a importância de olhar a obesidade, além deste índice. “Existem muitas pessoas que possuem IMC dentro da normalidade, mas que possuem um elevado percentual de gordura corporal, com baixa massa magra e isso também não é saudável e pode caracterizar uma obesidade com peso normal”.
Eliminar o excesso de peso é um objetivo buscado por muitas pessoas, porém, a endocrinologista explica que um dos principais erros é focar apenas na perda de peso da balança e não na melhora da composição corporal.
Mariana alerta que a diferença entre “emagrecer” e “perder peso” é que o emagrecimento envolve a redução da gordura corporal, o que significa eliminar gordura a fim de dar espaço para melhorar a massa magra e o metabolismo. Enquanto perder peso é simplesmente reduzir os quilos na balança, o que também pode resultar na perda de massa magra, líquidos e outros componentes importantes para o corpo.
“Para quem está muito acima do peso deve-se focar na perda dos quilos em excesso, porém, quando pensamos em melhora do metabolismo, longevidade, saúde e qualidade de vida é importante que o foco seja também na mudança da composição corporal, com melhora da massa magra, independente da balança, principalmente para quem se encontra em uma rotina de exercícios físicos”, diz a endocrinologista.
Para a endocrinologista, outra dificuldade encontrada é fazer as pessoas entenderem que o emagrecimento é um processo contínuo e individualizado, pois obesidade é uma doença crônica. “Não existe uma receita mágica para o emagrecimento, as medidas adotadas devem possuir uma avaliação e planejamento individualizado. Não se deve focar apenas em estratégias em curto prazo, mas sim buscar uma mudança comportamental que irá refletir em hábitos saudáveis que durem por toda a vida.”
Por fim, Mariana orienta que obesidade é uma doença complexa e que, nenhuma estratégia sozinha é tão eficaz quando se associa várias delas. “O tratamento deve envolver uma equipe multidisciplinar especializada com profissionais como nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e endocrinologista”.