“Agora, estou aqui, machucada, esperando uma cirurgia, traumatizada, e o cara continua na rua. Isso é extremamente revoltante.” O relato é de uma mulher de 28 anos, agredida ao sair de uma academia em Araraquara, durante entrevista ao Jornal da EP, da Rádio EPFM, na manhã desta terça-feira (6). (Veja a íntegra da entrevista ao fim da matéria)
O ataque ocorreu na noite da última sexta-feira (3), enquanto a vítima caminhava pela Avenida Padre Francisco Salles Colturato (Av. 36), próximo a “Lojas G”. “Ele falou alguma coisa e, quando fui tirar o fone de ouvido para entender, me desferiu um murro no olho. Aí eu apaguei, girei com o peso do corpo e fraturei o tornozelo e a tíbia”, relembrou.
Após recobrar os sentidos, a mulher ligou para o namorado, que a levou para receber atendimento médico na Unidade de Retaguarda do Melhado. Em seguida, ela procurou a polícia e forneceu a descrição do agressor.
Com base nessas informações, a GCM (Guarda Civil Municipal) localizou o suspeito na noite de sábado (4), na região do Espaço Kaparaó, na Vila Yamada, a cerca de 450 metros do local da agressão. Ele foi conduzido ao Plantão Policial, onde foi reconhecido pela vítima.
Para ela, o ataque foi uma violência gratuita. “Ele disse aos guardas, à GCM e aos policiais militares que estavam na delegacia que estava com ódio, e por isso me agrediu. Achei que fosse esquizofrênico, que estivesse em surto ou algo assim, mas não. Foi uma violência gratuita mesmo”, avaliou.
O caso foi registrado como lesão corporal grave e está sendo investigado pela Polícia Civil. O agressor, no entanto, foi solto por ausência de flagrante.
Quatro dias após a agressão, a mulher aguarda por uma cirurgia no tornozelo e convive com a dor física e o trauma psicológico. Para ela, “o problema mesmo é a justiça brasileira.”
“A gente tenta falar muitas coisas, tenta militar e fazer com que as mulheres, principalmente, a sociedade, nos enxerguem. Só que, sinceramente, não adianta de nada. Estamos de mãos atadas“, lamentou.