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AraraquaraCotidianoEstudantes de Araraquara criam biofertilizante a partir de resíduos de feira

Estudantes de Araraquara criam biofertilizante a partir de resíduos de feira

Projeto une educação ambiental, ciência e extensão para reaproveitar alimentos descartados e aproximar universidade da comunidade

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O que antes era descartado como lixo nas feiras livres agora tem novo destino graças a um projeto criado por estudantes do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Unesp, em Araraquara. A iniciativa, batizada de Transformando Resíduos em Sustentabilidade, coleta restos de alimentos para produção de biofertilizante líquido e leva educação ambiental por meio de uma cartilha acessível.

A proposta surgiu na disciplina PIPE (Projeto Integrado de Pesquisa e Extensão), dentro das ACEU (Atividades Curriculares de Extensão Universitária), que estimula os alunos a desenvolverem soluções reais para problemas da comunidade. Ao todo, dez estudantes participaram da elaboração e execução do projeto.

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Na primeira fase do PIPE, os alunos mapearam a realidade de feirantes e mercados de Araraquara, Matão e São Carlos. A maioria dos entrevistados afirmava doar os alimentos ou alimentar animais com o que sobrava. A partir dessa constatação, os estudantes pensaram em produzir ração, mas a ideia foi descartada na etapa seguinte por conta das exigências técnicas da formulação.

Trechos do vídeo explicativo produzido e anexado junto à cartilha (Foto: Reprodução)

Com base nas limitações estruturais e visando maior alcance, o grupo optou por produzir um biofertilizante líquido a partir do processo de compostagem. Esse subproduto contém nutrientes essenciais para plantas e pode ser feito com restos de frutas, legumes e folhas. Além de ser mais acessível, o biofertilizante exige menor rigor na escolha dos resíduos e pode ser produzido em diferentes tipos de sistemas.

Foram testados dois modelos de compostagem: um utilizando composteiras de caixas empilhadas e outro feito no chão, chamado de leira. A decomposição dos alimentos leva cerca de duas semanas. Durante esse processo, os estudantes monitoraram pH, temperatura e composição do material. Um dos aprendizados foi evitar frutas muito ácidas, como laranja e limão, para equilibrar melhor o produto final.

Temperatura e ph foram os indicadores observados durante a etapa de monitoramento da qualidade do biofertilizante (Fotos: Reprodução)

Toda a produção foi acompanhada com orientação técnica do professor Luiz Vitor do Sacramento, da área de Farmacobotânica. A partir dos testes e análises, os alunos ajustaram a técnica e produziram um vídeo explicativo que foi incluído na cartilha educativa do projeto, via QR Code.

O material, com linguagem acessível, ilustrações e audiodescrição, foi distribuído em feiras e comércios da região. A entrega presencial do cartilha teve papel fundamental no vínculo entre universidade e comunidade. Em Matão, os feirantes receberam com entusiasmo a proposta e o material gratuito, destacando o interesse pela produção do biofertilizante.

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O projeto também está alinhado aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, principalmente os que tratam de produção e consumo responsáveis, combate ao desperdício e fortalecimento das parcerias comunitárias.

A professora Valéria Ebinuma, uma das responsáveis pelo PIPE, destaca que esse tipo de experiência reforça o papel social da universidade. “Esses projetos mostram que estamos formando profissionais preparados não só para a indústria, mas também para responder aos desafios da sociedade”, afirma.

Para os estudantes, a vivência prática ampliou a noção de impacto social do conhecimento técnico. “É uma experiência que nos marca, porque conseguimos aplicar o que aprendemos para ajudar pessoas de verdade”, conclui a graduanda Ana Clara Campos.

O grupo é composto por 10 estudantes do 4º ano do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (Foto: Reprodução)

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