Aos quatro anos de idade, o engenheiro araraquarense Marcelo Sigilló Mazzoni deu a sua primeira volta em um Opala 1972 quatro portas ao lado se seu avô Francisco. Aquela experiência automobilística marcaria sua vida para sempre.
Hoje, Marcelo tem 53 anos e é um conhecido colecionador de Opalas. Ele chegou a ter 14 veículos originais.
Na época de sua infância, seu avô (já falecido) acabou trocando o carro de quatro portas por outro, o icônico Opala Coupe vermelho de luxo, também de 1972. Esse carro está até hoje com Marcelo, um dos xodós de sua coleção.
“Eu respiro Opala, cuido como se fossem filhos. Faz parte da família e da minha vida”, contou.
Aficionado pelo modelo, o engenheiro mantém cerca de sete Opalas em garagens de sua família, e faz rodízio com os carros todas as semanas.
“Carro parado é carro estragado, ando todo dia com eles e vou revezando durante a semana. Faço isso há 37 anos”, disse.
Opala Comodoro, Diplomata, SS, de luxo, quase todos da linha passaram pela coleção de Marcelo. Mas ele diz que ainda faltam alguns, entre eles o Opala Diplomata 1985, sua nova meta de aquisição.
“Cheguei a ter 14 Opalas e continuo procurando modelos que ainda não tive, são seis que faltam para a coleção”, contou.
O colecionador também é um exímio restaurador e cuida dos carros nos mínimos detalhes. “Eu pinto, restauro, e mantenho várias peças originais para eventuais trocas. Todos são originais e estão impecáveis”, apontou.
Os carros foram fabricados de 1969 a 1992 no país, e para Marcelo, são um dos grandes feitos do automobilismo brasileiro.
FAMÍLIA OPALA
A paixão por Opalas vem de família. Além de seu avô, o pai de Marcelo, seu Cléo, também teve um SS-1975 Coupe de quatro cilindros branco.
A história do carro é curiosa: 30 anos após a família vender o Opalão, Marcelo conseguiu localizar a relíquia em Campinas e trouxe de volta para Araraquara.
O carro é um dos queridos do colecionador, porque além da memória afetiva do pai que já faleceu, relembra os bons momentos de sua infância e adolescência.
“Com certeza o SS branco é um dos meus preferidos, tenho muita boa lembrança com ele, além do coupe vermelho que foi do meu avô e que depois ficou para meu uso diário. Eles têm muita história e sempre estão prontos para pegar estrada”, apontou.
FAMA DE BEBERRÃO
A fama que os Opalas têm de “beberem” demais existe, mas nem por isso impede o engenheiro de manter a frota rodando.
“Se eu for pensar em gasolina e quilômetro rodado não tiro da garagem. Mas é só pegar a estrada que a gente percebe como desliza e é confortável. Não tem carro melhor”, avaliou.
Marcelo faz parte do Clube de Carros Antigos Araraquara “Os Intocáveis” e sempre participa de feiras na cidade e região. Ele perdeu as contas de quantos prêmios os seus carrões levaram.
Segundo o araraquarense, os valores de um Opala original podem variar de R$ 50 a R$ 200 mil.
Em julho, Araraquara realiza o 23º Encontro de Veículos Antigos, no Centro de Eventos de Araraquara e Região (CEAR). A frota de Marcelo estará na exposição.