As Faculdades de Odontologia e de Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara completam 100 anos nesta quinta-feira , dia 2 de fevereiro.
O acidade on apresenta uma séria de reportagens sobre a história das importantes instituições científicas e educacionais do estado de São Paulo.
Em fevereiro de 1923 foi lançado o estatuto da Associação escola de Pharmacia e Odontologia de Araraquara. A criação fez parte de um projeto que queria colocar a cidade na vanguarda da produção científica e formação cultural de seus moradores.
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Algumas pessoas foram fundamentais para o surgimento dos dois cursos, porém, os atuais diretores das instituições destacam a figura do líder político e vereador Bento de Abreu Sampaio Vidal.
“Ele era uma liderança em Araraquara, apesar de ser de São Carlos, e junto a outras lideranças do município, montaram a escola de farmácia e odontologia”, frisou o diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Ricardo Luiz Nunes de Souza.
DESAFIOS
A cidade sofria com muitas doenças que até então pouco se sabia sobre forma de contágio ou prevenção.
Uma delas era a febre a amarela que causou centenas de mortes no final do século XIX. A ciência se mostrava fundamental já naquela época, e a ideia era cuidar das pessoas seja por meio das ciências farmacêuticas ou pela via odontológica.
Passadas algumas décadas, veio o desafio de tornar a então escola em uma universidade pública.
O professor Ricardo conta que a instituição quase se tornou parte da Universidade de São Paulo ( USP).
“Por um bom tempo, ela ficou para pertencer a USP, porque não tinha outra universidade no estado de São Paulo, e para se tornar o instituto isolado como aconteceu na constituição de 1946, muitos dos seus passos dependeram de como se adequar ao regimento da USP”, apontou.
ESTADUALIZAÇÃO
A estadualização dos cursos veio em 1976. Eles passaram a fazer parte da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho ( Unesp).
Em 1977, Farmácia e Odontologia passaram a ser cursos distintos, como explica o professor Edson Alves de Campos, atual diretor do curso de odontologia.
“Isso quer dizer que a Unesp quando foi criada, conglomerou vários escolas e institutos isolados, como foi o caso da faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara, e nesse momento houve a separação dos cursos em duas unidades distintas com a criação da Unesp. Brincamos que foram gêmeas siamesas separadas, e cada uma seguiu seu caminho mas a carga genética é a mesma”, completou.
CURIOSIDADE
Uma passagem curiosa do período em que Farmácia e Odonto foram uma única faculdade foi quando os professores da instituição abriram mão dos seus salários para que ela pudesse se manter.
“Eles fizeram uma carta e encaminharam para a direção da faculdade na época que passava por crise financeira com risco de fechamento e abriram mãos de seus salários para que a faculdade tivesse recursos para se manter”, apontou.
CENTENÁRIA
Ao longo destes 100 anos as faculdades criaram projetos e ações que tiveram como objetivo principal, além de formar bons profissionais que fossem capazes de replicar o conhecimento e atender a população araraquarense.
Em 1974 foi criada a farmácia-escola, embrião da atual farmácia universitária “Prof. Dr. Antônio Alonso Martinez.
Um ambiente de ensino e treinamento para alunos de graduação e profissionais farmacêuticos.
Já em 1990 era criado o núcleo de atendimento à comunidade, integrado a faculdade de ciências farmacêuticas, justamente para atender o seu propósito inicial.
“O núcleo tem ações como o hemonúcleo com o banco de sangue para atender a toda a região, os ambulatórios de referencia de análises clinicas, estudos da qualidade da água, laboratório de paternidade para identificação genética. Nós temos também a farmácia universitária, que está dentro do núcleo da universidade”, pontuou.
Na odontologia um dos destaques é o projeto em que alunos de residência e dos professores que atuam nas unidades de saúde da cidade atendendo pacientes que tenham sofrido acidentes ou violência e tenha afetado a região da boca.
“É o serviço que tem nas emergências dos hospitais que cuidam de pacientes que passaram por trauma, sofreram acidentes, vítimas de violência doméstica. São nossos plantonistas, docentes e alunos de residência que prestam serviço a cidade de Araraquara. É simples observar que essas pessoas estão continuamente presente nos hospitais fazendo os tratamento, que são tratamentos complexos devolvendo a capacidade e função para o paciente”, finalizou o diretor.
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