Roberto Schiavon
Cerca de 70 funcionários da Unesp, que estão em greve há 20 dias, fizeram um bloqueio na entrada da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (FCLAr), na manhã desta quarta-feira (28), pedindo isonomia salarial em relação aos servidores que exercem as mesmas funções em outras universidades.
“Os docentes da USP, da Unesp e da Unicamp recebem o mesmo salário e os servidores estão reivindicando isso. Desde o ano passado, iniciamos um movimento para que o salário dos servidores da Unesp seja igual aos salários dos servidores da USP. O nome da função é a mesmo e as funções são exatamente as mesmas”, explicou Isabela Manzolli, funcionária da Unesp
Ela contou que no Nível Médio 2 a diferença salarial é de 27% em relação aos salários dos funcionários da USP e que a reivindicação imediata da categoria é de 5% de correção mais o Vale Refeição.
REUNIÃO NA REITORIA
“Hoje será realizada uma reunião na reitoria em São Paulo e a comissão de equiparação estará presente. Chegamos a reunir 80 funcionários das quatro unidades hoje aqui, para dar força aos nossos representantes”, acrescentou.
No início da tarde, será realizada uma plenária estadual, que vai deliberar sobre o resultado da reunião na reitoria da Unesp e decidir como seguirá o movimento. Os funcionários vão se reunir no Instituto de Química da Unesp para acompanhar a plenária.
Isabela destacou que o movimento tem apoio dos alunos, mesmo com a entrada bloqueada para entrada. “Todo mundo que tem trabalho essencial aí dentro, às vezes o pessoal da farmácia, que tem algum experimento, eles avisam e a gente libera a entrada, assim como do pessoal terceirizado”, explicou.
APOIO DOS ALUNOS
Para Júlia Carmelo Barbosa, 20 anos, estudante de Letras, o movimento não é um impedimento para as aulas, mas uma mobilização que ajuda a fortalecer toda a comunidade unespiana.
“É algo que inclusive chama atenção para as nossas demandas também, porque eles têm as demandas deles, mas são a base da universidade”, comentou a estudante.
Júlia destacou que toda a estrutura proporcionada aos alunos da Unesp são mantidas pelos servidores técnicos administrativos, por isso, suas demandas devem ser acolhidas pelos alunos.
“Muitas de nossas demandas e estão relacionadas às deles. Inclusive a isonomia dos votos, porque os professores têm muito mais voz que os alunos e os servidores juntos. Então fica muito mais difícil conseguirmos nossos direitos e podermos permanecer na faculdade. Então não é um impedimento, é uma parte da caminhada”, concluiu Júlia.