A ligação de um falso médico fez uma família de Araraquara perder R$ 3,8 mil. Os golpistas tinham informações sobre o estado de saúde de um homem, de 60 anos, internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da cidade.
A esposa do paciente estava com a filha na recepção do Hospital São Paulo quando recebeu a ligação, na manhã da última quarta-feira (14). O golpista teria se apresentado como médico intensivista.
Segundo Daiane Ligabo de Souza, 39, filha do paciente, o homem tinha informações precisas sobre o estado de saúde do seu pai, que está internado há 15 dias no hospital em decorrência de um tumor no intestino e outras complicações.
“Ele deu todas as informações. Falou do caso do meu pai como se tivesse o prontuário na mão”, lembrou.
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O falso médico teria dito que o paciente apresentava piora e precisava realizar um procedimento de urgência, mas que não poderia ser feito imediatamente no hospital. A alternativa seria fazê-lo com um médico particular.
“Ele falou que a Unimed tinha autorizado apenas para sexta-feira (16), mas que tinha uma clínica que poderia fazer; que a minha mãe podia esperar ou fazer particular que seria ressarcido depois pelo plano de saúde”, contou a filha.
Com receio da piora do pai e considerando que o procedimento seria pago, a família fez a transferência no valor de R$ 3,8 mil.
Mãe e filha só perceberam o golpe quando outra família chegou ao hospital relatando a mesma abordagem. Elas procuraram à Polícia Civil, que registrou o caso como estelionato.
Para Daiane, o sentimento de impotência. “Eles usam o emocional da pessoa que já está abalado”, afirmou. “O que conforta a gente é que meu pai esta se recuperando. Dá um alívio saber que ele não estava na gravidade que foi falada”, completou.
FALA, UNIMED
Procurada, a Unimed Araraquara, responsável pelo Hospital São Paulo, disse ter uma política de proteção de dados implantada de conhecimento de todos os colaboradores, que orienta o não compartilhamento e reforça a confidencialidade de dados dos pacientes internados.
A Unimed ressaltou ainda que seus colaboradores assinam um termo sobre a confidencialidade das informações dos pacientes e que, de qualquer maneira, abriu uma sindicância interna para apurar o caso mencionado pela reportagem.
“Intensificamos em comunicados anteriores, que não solicitamos por telefone o pagamento antecipado via PIX para realização de qualquer procedimento. Recomendamos aos pacientes e seus familiares, a não realizar qualquer pagamento, e confirmar com o médico assistente ou, diretamente, no serviço social no hospital (3303-3907) ou SAC da operadora (0800 011 3244)”, finalizou, em nota.