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CotidianoGolpistas invadem redes sociais e fazem vítimas em Araraquara

Golpistas invadem redes sociais e fazem vítimas em Araraquara

Nos últimos dias, choveu denúncias de vítimas desta prática na cidade; SSP não cita investigação, mas diz que as vítimas prestaram depoimento e foram orientadas

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Hacker invadiu perfil da autônoma Kedman Rossi e começaram a anunciar venda de produtos - Foto: Reprodução/Redes Sociais
Hacker invadiu perfil da autônoma Kedman Rossi e começaram a anunciar venda de produtos – Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

Estelionatários estão hackeando redes sociais, passando-se pelos perfis invadidos e aplicando golpes. Nos últimos dias, “choveu” denúncia de vítimas desta prática, em Araraquara. 

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Um dos casos mais recentes é o da cabeleireira Kedman Rossi, de 37 anos. O perfil dela, que foi hackeado no último domingo (19), passou a anunciar a venda de eletrodomésticos. 

“Tinha verificação de dois fatores, não consigo entender o que aconteceu, simplesmente fui entrar no meu Instagram e ele não estava sob meu poder. Publicaram uma foto dizendo que eu estava vendendo produtos para uma amiga que ia embora para o exterior, como se fosse eu. Postaram diversas fotos de eletrodomésticos, como fogão e geladeira”, explicou. 

Na prática, criminosos se passam por pessoas reais, anunciam produtos nas redes e exigem pagamento antecipado. 

O texto publicado na rede social da Kedman dizia que uma “amiga esta de mudança de país” e que estava “vendendo coisas dela”, em um “preço acessível” e com “garantia e nota fiscal”. 

A cabeleireira explica que desde então não teve mais acesso à própria conta. Ela procurou, ontem (20), a Polícia Civil. 

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“Estou denunciando minha conta desde domingo e o Instagram me devolve a mensagem dizendo que ela está conforme as diretrizes da comunidade. Mas, claro que está, é uma conta real, com gente de verdade, mas tem uma pessoa que invadiu ela e não sou eu”, disse. 

O mesmo aconteceu com estagiário Renan Trevisan, 22. Os estelionatários invadiram a conta dele em uma rede social, apagaram fotos e anunciaram a venda de produtos. 

Ele conta que ainda não recuperou a conta e que não sabe como o invasor teve acesso ao seu perfil. 

“Primeiro ele apagou meus stories com minha namorada para ninguém chamar ela perguntando e começou a postar mil coisas sendo vendidas: geladeira, sofá, celular etc. Tem muita gente chamando ele, tanto é que é grosso que acaba sendo grosso com as pessoas e elas mandam print no WhatsApp”, relatou. 

O golpe só não se concretizou porque os amigos dele exigiram que o vendedor apresentasse o produto antes da transferência bancária. 

“Eles queriam ver o produto antes, mas ele [golpista] pedia primeiro o pix”, afirmou. 

Em nota, a secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) diz que “as vítimas prestaram depoimento e foram orientadas quanto ao prazo de representação criminal, por se tratar de crime de ação penal condicionada”. O posicionamento não cita nenhuma investigação a respeito. 

O advogado e presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes de Alta Tecnologia da OAB Araraquara, Rodrigo Coxe, explica que esta especialização do crime reflete as facilidades dos dias atuais. 

“Antes o criminoso tinha que fazer uma abordagem pessoal, agora não mais. Ele tem um perfil que tem, por exemplo, 500 seguidores, sendo 500 pessoas onde em uma conduta ele consegue trazer algumas pessoas. Ele precisava ir para rua, abordar na saída do mercado, em determinados lugares e tentar convencer daquilo que ele queria”, pontou. 

O advogado afirma que, atualmente, não existe penalidade ao acesso indevido a perfis e contas. Por outro lado, se passar por outra pessoa e aplicar golpes são crimes de falsidade ideológica e estelionato, com pena de detenção de um a cinco anos, respectivamente. 

Ele orienta que as vítimas denunciem imediatamente a conta, bloqueie cartões bancários, se necessário, e avise o maior número de pessoas possível. E ressalta que outros cuidados podem ajudar. 

“Para não ter uma conta invadida, troquem todos os e-mails que utilizam na internet. Seja e-mail, ou rede social, tudo, porque nós tivemos o vazamento de milhões de dados pessoais, então identificar a senha de pessoas se tornou algo mais fácil”, alertou. 

“Essa senha que será alterada não pode ser fácil e, em alguns dispositivos, utilizar aquela verificação em duas etapas. Isso é muito importante, ter essa pulga atrás da orelha, essa desconfiança e, na dúvida, não fazer e dar aquele passo. Ao identificar que um perfil está com uma conduta que não é a sua padrão, denuncie essa conta”, completou.

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Walter Strozzi
Walter Strozzihttp://www.acidadeon.com/araraquara
Formado em Jornalismo pela Uniara (Universidade de Araraquara), Walter Strozzi é repórter no acidade on desde 2018. Anteriormente atuou na Tribuna Impressa, Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal e CBN Araraquara.
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