A gravidez é um período de constante mudança fisiológica em todo o corpo da mulher e, de acordo com o nefrologista Henrique Carrascossi, a gestação também pode induzir a formação de cálculos renais caso não haja acompanhamento e instruções de especialista. Um estudo conduzido pela organização Mayo Clinic nos Estados Unidos ainda aponta que esse problema pode se estender por até um ano após o parto.
“As chamadas pedras nos rins são um problema hereditário ou resultante de fatores de risco como obesidade e alimentação inadequada ou no caso da gravidez, em razão das alterações hormonais que demandam maior necessidade de água ao corpo, que facilita o acúmulo de cálcio, ácido úrico ou oxalato dentro dos rins ou nos canais urinários”, explica Carrascossi.
Diante desse cenário, o especialista alerta que além da alta ingestão de água para um correto fluxo renal, as mulheres grávidas devem se atentar à dieta, evitando alimentos ricos em sódio, como os embutidos e enlatados em geral, além do excesso de proteína proveniente da carne vermelha, que também pode contribuir para o surgimento de cálculos.
“Também é imprescindível que haja um acompanhamento com exames específicos a situação de cada paciente para que se possa identificar possíveis pedras o quanto antes, pois os cálculos durante a gravidez aumentam o risco de infecção urinária, que quando não tratada adequadamente pode resultar em pré-eclâmpsia, parto prematuro e até mesmo o aborto”, diz Carrascossi.
Já os tratamentos adotados para remoção dos cálculos buscam evitar procedimentos invasivos, como os métodos cirúrgicos, e optam pela adoção de terapias medicamentosas e que não atrapalhem a gestação, “pois determinados medicamentos podem induzir o trabalho de parto e acarretar complicações para a gestante”, orienta o especialista.