Três minutos. Este foi o tempo aproximado que o fogo levou para consumir parte da vegetação da linha férrea, às margens da Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, a Via Expressa, em Araraquara, na manhã da última quarta-feira (13).
Moradores relataram que os primeiros focos do incêndio começaram no dia anterior. Quase 48 horas depois, na manhã desta quinta-feira (14), o cheiro continuava muito forte na região e ainda era possível encontrar pontos com muita fumaça.
Parte deste incêndio foi gravada por uma câmera de segurança. No vídeo, que foi acelerado em edição, é possível ver o momento em que as chamas avançam, consomem uma árvore e se aproximam de alguns carros que estavam estacionados na Rua Padre Luciano, na Vila Xavier.
As imagens foram captadas pela câmera instalada na casa do aposentado Flávio Venício Gabriel, de 69 anos. “Na hora do fogo mais forte, o calor era tão intenso, que chamuscou a frente de todos os carros que estavam parados aqui“, lembrou.
O morador disse ainda que ele e a esposa tentaram controlar as chamas com uma mangueira, mas não conseguiram. “A fumaça foi intensa, ontem, o dia inteirinho. Mesmo com a casa fechada, não adiantou, continuou entrando fuligem“, contou.
A tecnóloga da informação, Andreia Freitas, 40, mora na Avenida Major Dario Alves de Carvalho. Ela contou que precisou sair de casa por conta da fumaça. “Foi terrível. Eu trabalho em home office, tenho criança, mas, ontem, eu tive que sair da minha casa, ir para outro lugar, não tinha condição de dormir aqui por causa do cheiro, da fumaça”, lembrou.
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Segundo ela, as chamas só começaram a ser apagadas na quarta-feira, ou seja, um dia depois do início. Sem ser combatido totalmente, na última madrugada, o fogo invadiu uma fábrica inativada que fica ao lado da sua casa.
“Na madrugada, chegou a invadir o fundo da minha casa e o escritório da empresa; queimou arquivo, bens materiais. Então, muito prejuízo físico e material”, avaliou.
Segundo a Defesa Civil, há indícios de incêndio criminoso. O órgão ainda não calculou a extensão da área afetada, mas ressaltou que equipes trabalharam no local desde que os primeiros focos foram identificados.
O aposentado, José Wilson Torres, 69, também mora em frente à linha férrea, mas na Rua Stelio Machado Loureiro, próximo ao pontilhão da Barroso. Ele contou que o problema é frequente, mas que nunca tomou esta proporção.
“Foi uma fumaceira danada. Minha casa ficou uma petição, com fumaça, poeira, fuligem, está um caos. A sorte que eu tenho ventilador de teto nos quartos e eu ligo para dar uma amenizada”, ponderou.
Ao acidade on, a Rumo Logística, concessionária da linha férrea, informou que mantém equipes de vigilância que realizam fiscalizações nas áreas sob sua responsabilidade para tentar coibir esse tipo de situação. Apesar de questionada, a Rumo não forneceu informações sobre a periodicidade da limpeza na área.
A empresa esclareceu, por meio de nota, que “mantém diálogo constante com o Corpo de Bombeiros e, nesta situação, especialmente, auxiliou no combate ao incêndio com serviços de um caminhão-pipa para combater os focos”.
A Rumo Logística também informou um canal de denúncias para atitudes suspeitas: 0800-701-2255. A empresa enfatizou a orientação para que a população faça o descarte de lixo e entulho nos locais adequados de coleta de resíduos, contribuindo para um ambiente mais seguro para todos.
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