Pedalar mais de 40 quilômetros não é tarefa fácil, nem mesmo para quem tem preparo físico. Mas um morador de Araraquara, que nasceu com uma mutação genética rara que afeta os movimentos, vem se superando e inspirando todos à sua volta.
Antes, o estudante Lucas Lepri Yamada passava a maior parte do dia no computador, sem desgrudar das telas. No entanto, há cerca de um ano, as coisas mudaram, e o jovem, que possui uma doença genética rara chamada Ataxia, descobriu no ciclismo uma nova paixão.
“Muito bom eu sair de casa e ficar no meio das pessoas”, afirmou à EPTV Central.
A doença de Lucas causa dificuldades na fala e nos movimentos. Aprender a pedalar pode não ter sido fácil, mas isso não o impediu de colecionar troféus na estante de seu quarto. A inspiração veio dos próprios pais, que, durante a pandemia, começaram a pedalar e nunca mais pararam.
Atualmente, os três pedalam juntos e fazem parte de um grupo de ciclismo. Gislene Lepri Inácio Yamada, mãe de Lucas, contou que, para esse sonho se realizar, foram necessárias adaptações. Ela se emocionou ao falar sobre a superação do filho.
“Na bicicleta comum ele não conseguiria. Então, compramos um triciclo que dá maior estabilidade para ele. Colocamos todo o suporte necessário para não machucar, além de uma adaptação com ferragem. Qualquer desequilíbrio que ele venha a sentir, está respaldado”, explicou.
Basta começar a pedalar para a felicidade de Lucas ficar estampada no rosto, graças à sensação de liberdade e de superar seus próprios limites. Gilmar Justino, amigo da família, levou o primeiro triciclo para um conhecido fazer as adaptações e foi responsável pelo treinamento de Lucas.
“No primeiro dia, ele pedalou 230 metros. Fomos melhorando e, ao final, ele já estava pedalando 15 quilômetros, com treino de subida. Eu ia entendendo as dificuldades dele, e ele me dizia o que precisava melhorar”, relatou Gilmar.
Hoje, o jovem não precisa mais de treinamentos, pois ganhou autonomia e consegue pedalar sozinho. Diante dessa “vitória”, Gilmar nem consegue conter a emoção. “Sabemos como foi o começo e o que ele está fazendo agora”, afirmou.
Lucas vence seus limites dia a dia. Só neste ano, ele participou de um evento de ciclismo em Gavião Peixoto e outro em Borborema. Seu recorde pessoal foi pedalar 44 quilômetros. Marcel Yamada, pai de Lucas, falou da participação de “anjos” na vida da família, pessoas que ajudam sem esperar nada em troca.
“Levei a bicicleta dele para revisão e sugeriram trocar os pneus, pois não eram próprios para Mountain Bike. Também sugeriram trocar as manoplas e, na hora de pagar, não me cobraram. Toda vez que falo dele no ciclismo, fico emocionado e muito orgulhoso”, finalizou Marcel (Com informações da EPTV Central).