A escritora de Araraquara, Cintia Alves, de 19 anos, vai levar seu primeiro livro publicado à Bienal Internacional do Livro, que acontece em julho, na Capital Paulista. Com sorriso no rosto, a jovem comemora a realização do sonho que começou ainda na infância.
O título “Herdeiros”, publicado pela editora Uiclap, é resultado de um trabalho de três meses de dedicação. Nas palavras da escritora, é um livro diferente de tudo que escreveu.
“Foi um livro em que eu saí totalmente da minha zona de conforto. Foi uma inspiração”, resume.
Acostumada a escrever contos e romances, Cintia Alves apostou no drama e na ficção, quando escreveu “Herdeiros”. “Eu tive que pesquisar muito”, lembra.
No livro que tem 304 páginas, a jovem conta a história do império de um advogado e a luta de seus filhos pelo poder e pela herança. A trama se passa em Ribeirão Preto e se desenrola entre segredos e vinganças.
O livro foi publicado no dia 21 de julho do ano passado. Sorrindo, ela lembra do momento em que recebeu em casa o primeiro exemplar. “Quando chegou aqui, eu chorava, gritava. Meus pais precisaram me acalmar”.
Mas a história de realização da Cintia vai ganhar um novo capítulo. No dia 3 de julho, “Herdeiros” vai estar na Bienal Internacional do Livro exposição que reúne as principais editoras e livrarias do país.
O convite partiu de um dos presidentes do Grupo Associado de Escritores Brasileiros (GAEB). “Meu sonho era ter um livro publicado, nunca imaginei que um dia eu estaria na Bienal”, diz.
O sonho da jovem escritora começou aos nove anos de idade, em Santa Bárbara DOeste. Ela estudava no Colégio Dom Pedro II de Americana quando teve o primeiro contato com a leitura, em o livro “Natal Superlegal”, emprestado da biblioteca.
Aquele momento despertou o interesse da criança também pela escrita. “Eu li aquele livro muito rápido, e, quando eu terminei, falei para minha mãe que eu queria ser escritora” lembra.
Ainda aos nove anos, ela escreveu algumas histórias, sendo que uma delas no formato de um livreto, feito com pedaços de folha de sulfite.
Alguns anos mais tarde, tentou escrever o seu primeiro romance. Mas ainda nova, com 13 anos, não conseguiu ir além das primeiras 80 páginas e desistiu.
“Não ia para frente; este sonho é muito grande; eu nunca vou conseguir ser escritora; não sou capaz”, lembra de algumas das frases que dizia para si mesma e para sua mãe.
O bloqueio criativo foi dos 13 aos 15 anos. Mas a vontade de escrever falou mais alto e, aos 16, quando já estava no segundo ano do ensino médio, escreveu seu primeiro e-book.
Porém, novamente, o resultado não agradou. “Eu escrevi o livro e achei horrível, faltava coerência. Fiquei muito desanimada com ele”, lembra.
Com persistência e o apoio da família, Cintia seguiu sua inspiração e escreveu no ano passado o livro “Herdeiros”. Poucos dias depois de procurar por editoras, viu o livro ser publicado.
A mãe, Cleunide Bispo dos Santos Alves, não esconde a alegria de ver de perto a conquista da filha. “É uma emoção muito grande. Eu tenho muito orgulho de ver este livro, ficou maravilhoso”, diz. “Deus deu o dom para a minha filha”.
Hoje, nove anos após os primeiros passos, a jovem já tem planos para próximos livros. “Se eu tivesse uma máquina do tempo, eu falaria para aquela menina de nove anos, que o sonho que ela sempre quis, ela ia alcançar”, finaliza.
