Uma cachorra foi encontrada pelas tutoras decapitada no quintal de uma residência do bairro Vila Velha, em Nova Europa, na última quarta-feira (23). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
O corpo do animal tinha sinais de perfuração próximo as patas e coração, além de vestígios de crânio. As moradoras da residência estavam fora no momento do crime.
“Próximo a pata tem perfurações, então a pessoa tentou perfurar o coração, também acreditamos que ela levou golpes no crânio, porque haviam pedaços moídos”, disse a protetora de animais Dandara Janke, de 29 anos, que esteve no local junto a um veterinário e acionou a Polícia Militar.
Nesta sexta-feira (25), a Polícia Civil chamou a tutora para prestar depoimento. Imagens de câmeras de segurança do bairro devem ser usadas pelas autoridades.
Cabeça desaparecida
O estado que a cadela Mel, uma poodle com mistura de maltês, era “chocante” segundo sua tutora.
“Eu e minhas filhas não temos brigas ou rixa com ninguém. Foi uma maldade, uma coisa monstruosa”, disse a mulher, que preferiu não ser identificada. “Não consigo imaginar, suspeitar de ninguém. Gostaria mesmo é de entender por que a pessoa fez uma atrocidade dessas?”
Por volta das 17h50 da última quarta-feira (23), o corpo da cachorra foi encontrado pela filha da tutora. Ao retornar para a casa e abrir o portão, a adolescente de 14 anos encontrou a cachorra decapitada. Ela passou mal e precisou socorrida por populares que caminhavam pelas ruas.
Mistério e vestígios de crueldade
A casa não teve objetivos furtados, ou indícios de arrombamento das fechaduras das portas e até mesmo do portão, que é fechado sem visibilidade para a rua. Os muros que cercam o imóvel possuem três metros de altura. A vizinha da frente teria ouvido pela manhã latidos de cachorros.
“A Mel não possuía o hábito de sair pra rua, não era uma cachorra que latia com muita frequência ou causava incômodo”, contou a tutora.
De início a família achava que Mel poderia ter morrido em decorrência de uma briga com as outras duas pets da casa. No entanto, a cabeça dela não foi encontrada no quintal, que não tinha marcas de sangue pelo chão ou evidências de briga.
“Na hora achei que fosse briga delas”, disse a tutora, que estava trabalhando no momento. “Só que minha vizinha e uma amiga que estavam no local perceberam que a situação estava estranha e ligaram para um veterinário”, contou a tutora.
Um veterinário e a protetora Dandara Souza Janke foram acionados e logo concluíram que Mel teria sido vítima da maldade humana. Há nove anos atuante pelos direitos dos animais, Dandara nunca viu coisa igual.
“O espaço que foi deixado o corpo da Mel estava limpo, apenas umas gotas de sangue que provavelmente escorreram quando foi colocada ali”, contou Dandara.
“No nosso imaginário, a pessoa pegou ela de manhã, levou ela à tarde e depois trouxe o corpo de volta. O veterinário afirmou que o corpo estava quente ainda. Ele olhou a boca das outras cachorras e não tinham sinais de sangue na boca ou nos pelos. (…) Penso que era psicopata ou algum ritual de magia, porque não tinha sangue espalhado”, disse a tutora.
Amorosa e quieta
Segundo a tutora, Mel já era uma pet idosa e tinha uma personalidade tranquila. “Ela era a mais amorosa daqui de casa. Era boazinha, quietinha, a mais velhinha”, disse a tutora.
“As outras cachorras estão tristes, só ficam dentro de casa, não pulam mais na gente desde o incidente”, finalizou.

