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CotidianoMenino de Araraquara com leucemia busca doador de medula

Menino de Araraquara com leucemia busca doador de medula

Na família, ninguém é 100% compatível com o garoto; família faz campanha para incentivar doação de medula

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O garoto Raul tem apenas seis anos e busca doadores de medula (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma família de Araraquara está realizando uma campanha para cadastrar o maior número de pessoas no banco de doadores de medula óssea. 

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O garoto Raul, de apenas seis anos, foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda e vai precisar realizar o transplante, porém na família, ninguém é 100% compatível com ele.  

No dia 10 de abril, veio o diagnóstico inesperado. A febre, o cansaço e a perda de apetite não eram sintomas de uma simples infecção. O Raul, de apenas seis anos, começaria ali a travar uma luta contra a leucemia linfoide aguda um tipo de câncer no sangue. 

“Foi desesperador, realmente o chão se abriu para nóis e virou a nossa vida e da família de ponta cabeça, ele nunca apresentou nenhum sinal, nenhum tipo de problema”, conta. 

Para se dedicar exclusivamente ao filho, a Mariana Daris, de 33 anos, parou de trabalhar. Uma das muitas mudanças na rotina da família, que mora no Yolanda Ópice, em Araraquara. 

“Desde então foi uma rotina de exames, consultas, internações. E começou as sessões de quimioterapia. Então mudou toda a nossa rotina de vida, parei de trabalhar para cuidar dele integralmente. Girou a chave na nossa vidar, realmente”, conta.  

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NOVA ROTINA 

Nesta semana, o Raul deu início a novo um ciclo de quimioterapia,  serão 10 dias no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

O tratamento vai ajudar a controlar a doença, mas ainda assim, o Raul vai precisar de um transplante. O nome dele já foi incluído no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea. 

“Ele tá ainda fazendo a quimioterapia, e tem que estar pronto pra receber, a doença não está completamente zerada para ele receber o transplante. Mas existe um planejamento, por isso começamos essa campanha para ir conscientizando as pessoas”, frisa a mãe.  

CAUSA DESCONHECIDA

A ciência ainda desconhece as causas da leucemia, mas fatores genéticos e ambientais podem ser associados ao aparecimento da doença. 

O Instituto Nacional de Câncer estima que, entre 2020 e 2022, quase seis mil diagnósticos sejam confirmados no Brasil. 

A chance de uma pessoa desenvolver leucemia linfoide aguda, como o Raul, é inferior a 0,1%, e é mais comum em crianças de até cinco anos.  

Após essa idade, o risco cai lentamente, e volta a aumentar após os 50 anos. 

A médica hematologista, Cibele Repele Duch, explica que a leucemia linfoide aguda é apenas um dos 12 tipos de canceres que afetam o sangue. 

No caso das crianças, as chances de cura chegam a 80% e nem todos os casos dependem do transplante de medula. 

“Assim que é feito o diagnóstico, o paciente vai passar por uma fase que chamamos de indução de remissão, que é uma fase mais intensiva, onde o paciente faz quimioterapia mais forte e depois dessa fase inicial é que se considera a possiblidade do transplante como uma consolidação do tratamento, para que tenha menor risco da doença voltar num futuro próximo”, diz. 

As chances de que o doador seja da mesma família são de 25% entre irmãos de mesmo pai e mesma mãe. Os pais e um meio-irmão do Raul fizeram o teste, e nenhum é 100% compatível. 

A hematologista explica que quando isso acontece, a busca é feita no REDOME – o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea. 

“Ao se encontrar um paciente cujo tipo sanguíneo e medula sejam compatíveis, vc será convidado a doar. A doação é um procedimento que precisa de hospitalização e de um centro especializado”, aponta. 

E ARARAQUARA?
Em Araraquara não existe um cadastramento permanente de doadores. O registro é feito apenas em campanhas gerenciadas pelo Hemonúcleo. A família do Raul acredita que este cadastro seja retomado em breve. 

Na região, doadores podem procurar o hemocentro de Ribeirão Preto, por exemplo. 

A médica hematologista, Cibele Repele Duch, explica que o cadastro e a doação acontecem em momentos diferentes. 

“O que torna muitas vezes um fator limitante para o transplante é ter o doador compatível, esse banco de dados é interligado com bancos internacionais, então temos a possiblidade de ter cadastrado um paciente nesse banco e encontrar um doador compatível em outro lugar”, diz. 

Ao se encontrar um doador compatível, o transplante também é feito em centro especializado, que não tem em Araraquara. Jau e Ribeirão Preto são as duas cidades mais próximas. 

A mãe do Raul, Mariana Daris, diz que está confiante de encontrar um doador compatível com o filho, mesmo diante das dificuldades. 

“É angustiante mas temos muita fé e acreditamos que tudo vai dar certo, mas a realidade não é fácil, por mais que estamos motivados e temos esperança, no dia a dia a rotina é muito difícil”, expõe. 

Ela conta que o filho tem surpreendido e se mostrado um guerreiro, mesmo aos seis anos de idade. 

“É uma criança de seis anos tendo que lidar com toda essa mudança, muitas vezes não entende porque tem que passar por isso e isso causa muito sofrimento mas ele encara. Eu sempre digo que ele é mais forte do que nós, e lida da melhor maneira que ele com seis anos pode encarar”, finaliza.

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