O anúncio do aumento da tarifa de água cobrada pelo Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae), que vai ficar 16,83% mais cara em Araraquara a partir de fevereiro, está repercutindo negativamente entre moradores da cidade.
“É um absurdo, porque a gente já paga tanto imposto, tanta coisa. O salário sobe uma vez por ano e as coisas vão subindo, a gasolina sobre praticamente todo mês. O dinheiro não tem mais valor”, comentou a funcionária pública Rita Aparecida.
O motorista de aplicativo Edmilson Lira também lembrou que os ganhos do trabalhador não acompanham os aumentos das contas, situação que acaba exigindo mais horas de trabalho para que consiga sustentar sua família.
“Está tudo muito caro e você tem que trabalhar dez, doze horas, pra tentar pagar as contas e levar comida pra dentro de casa”, disse o motorista.
Para o professor José Pedro Renzi, que é membro do Conselho do Daae, o reajuste não se justifica nesse momento. Ele também sugeriu alternativas, como um aumento progressivo na tarifa de água.
“Estamos vivendo uma crise de desemprego, arroxo salarial, meu posicionamento é contrário ao aumento. Poderia escalonar, para quem mora sozinho, para quem tem chácaras, áreas de lazer e gasta mais água. Eu acho também que deveriam fazer uma campanha pra evitar o desperdício da água”, declarou Renzi.
AUMENTO
O reajuste foi divulgado nessa semana em documento da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (ARES-PCJ), apontando a alteração nos valores praticados pelo Daae.
Segundo o documento, o reajuste será aplicado em todas as categorias e faixas de consumo. A ARES-PCJ é o órgão que define a composição tarifária do Daae, por meio de convênio de cooperação firmado com Araraquara.
O comunicado adianta ainda que outros serviços praticados pelo Daae também terão reajustes, que chegarão a 10,67%, também a partir de fevereiro.