O Tribunal de Contas (TCE) do Estado de São Paulo vistoriou duas obras paradas na região, uma delas é em Araraquara, a ponte dos Machados. A obra está parada faz mais de um mês.
Em julho desse ano, o governo do estado autorizou a demolição e construção de uma nova ponte sobre o Córrego do Ouro.
O valor destinado foi de R$2 milhões e 100 mil reais, divididos em seis parcelas. A Secretaria de Desenvolvimento Regional espera pela prestação de contas pra pagar a primeira etapa no valor de R$ 300 mil reais.
A Secretaria Municipal de obras e serviços públicos de Araraquara disse que teve que interromper a parte civil da obra da ponte dos Machados para que a empresa Cutrale pudesse realizar um serviço de desvio dos dutos de esgoto industrial que passavam embaixo do leito do córrego.
Segundo a secretaria, a Cutrale teria explicado que os dutos poderiam não resistir as estacas e vibrações das máquinas no local.
O diretor da unidade regional TCE em Araraquara, Marcelo Zaccaro confirmou a explicação.
“Passa um duto da Cutrale em baixo da ponte, então foi paralisada porque não dá pra colocar estaca, a administração está entrando em contato com a Cutrale pra tomar providencias, então não é a empresa ou administração que deu causa e sim um fato não previsto que deu causa a essa paralisação. Mesmo assim o Tribunal vai acompanhar para ver se administração está tomando as devidas providências, quem tem que acertar esse duto, se é a administração ou se é a Cutrale”, apontou.
A CBN procurou a Cutrale pra saber quando o desvio dos dutos vai ser feito, mas não tivemos retorno até o fechamento da reportagem.
MATÃO
O TCE encontrou irregularidade na cidade de Matão. A obra do Centro do Idoso tinha data prevista de conclusão para agosto de 2015.
O valor inicial do contrato era de aproximadamente 830 mil reais, já foi pago 48,6% desse valor inicial, cerca de R$ 404 mil reais.
O diretor do TCE disse que na vistoria a Prefeitura não conservou a obra e falou que tem até gente morando no local.
“A obra está paralisada então tem algumas competências que a administração teria que fazer, ela não aplicou penalidade a contratada, falta conservação da obra pela administração pública. A obra está aberta lá inclusive com indícios que pessoas residem na obra. Há algumas irregularidades detectadas”, comentou.
Em nota, a Prefeitura de Matão culpou a última gestão e disse que o contrato com a empresa responsável pelo serviço foi rescindido em 2017.
A Prefeitura ainda disse que não pretende concluir a obra, optou por encerrar o convênio e, futuramente, quer transformar o local em outro equipamento público.
Além de desperdiçar dinheiro, uma obra parada não atinge o grande objetivo que é a entrega do serviço pra população, como explica Marcelo Zaccaro.
“Uma obra paralisada além de gerar desperdício público, em virtude de deterioração da mesma, furtos de material e gastos extras de segurança patrimonial, e não atinge o principal objetivo dela que é a entrega de um serviço para a população local”, disse.
O executivo de Matão também falou que fez o mapeamento de todas as obras paralisadas na cidade e que criou um plano de retomada delas.