A Polícia Civil indiciou e pediu a prisão preventiva do investidor da Ferroviária Saul Klein, na última quinta-feira (28). O empresário é acusado de cometer crimes sexuais contra 14 mulheres.
No inquérito que, agora, vai para análise do Ministério Público do Estado, Saul Klein é acusado de estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição e favorecimento à prostituição, além de organização criminosa, redução à condição análoga à escravidão e tráfico de pessoas.
A investigação começou, em 2020, a pedido do MP, após denúncias de estupro, tráfico de pessoas e favorecimento à prostituição contra o empresário.
O advogado de defesa de Klein, André Boiani e Azevedo disse ao G1 que “Saul e sua defesa técnica respeitam o posicionamento da Polícia Civil, mas entendem que a análise atenta e isenta dos elementos do inquérito levará o Ministério Público e o Judiciário a concluírem por sua inocência”, afirmou.
A delegada Priscila Camargo, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, na Grande São Paulo, afirmou que o inquérito tramita há mais de 15 meses e ainda há outras pessoas a serem indiciadas – nove pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes também foram indiciadas.
Para a advogada Priscila Pamela dos Santos, que defende as 14 vítimas, “são muitos os elementos que comprovavam a prática do crime”.
IMAGEM DA FERROVIÁRIA
Em março, o acidade on revelou que torcedores, ex-dirigentes e lideranças políticas se uniram para pedir a saída do acionista majoritário da Ferroviária, Saul Klein. Eles alegam que o mandatário vem dificultando a venda das ações para a cervejaria Estrella Galicia, além de ter uma gestão marcada por escândalos pessoais, que acabam respingando na instituição.
Ainda segundo a apuração, o grupo se mobilizou e quer o afastamento imediato de Saul Klein da gerência da Ferroviária, bem como o rompimento com a MS Sports. Uma das alternativas analisadas é ir para a Justiça apontar a gestão temerária e “destruição da imagem” do clube diante dos escândalos.
O grupo alega ainda que desde os escândalos envolvendo Saul Klein, além do afastamento de empresas locais e patrocinadores que abandonaram o clube devido às questões extra campo, até o não cumprimento das responsabilidades financeiras para com a Ferroviária, que já caracterizou, na visão deles, há tempo “gestão temerária” da instituição que é regida pela lei das S/A.