A conduta dos agentes que estiveram no local do acidente que resultou na morte de um bebê de um ano e oito meses na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-255), em Boa Esperança do Sul, está sendo investigada. A informação foi confirmada ao acidade on pela SSP-SP (secretaria de Segurança Pública de São Paulo).
O acidente aconteceu na madrugada do último dia 6, mas o corpo de Gael Benício Garcia Nardim só foi encontrado horas depois do acidente dentro do porta-malas do veículo, que já havia sido guinchado e estava no pátio da Polícia Rodoviária em Araraquara.
“Todos os órgãos que participaram do atendimento da ocorrência instauraram procedimentos para avaliar as circunstâncias dos fatos“, confirmou a SSP por meio de nota.
Já a concessionária que administra a rodovia informou que, “em conjunto com demais órgãos competentes e de jurisdição, prestou o socorro necessário e adotou o procedimento adequado e indicado durante o atendimento, prestando serviços de primeiros socorros e remoção das vítimas”, e que “as causas do acidente e a causa da morte da criança estão sendo investigadas pelos órgãos competentes.”
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Três dias após o acidente, a avó do garoto, Érica Silva da Graça, disse ao acidade on que houve negligência das equipes de socorro, que ignoraram indícios de que poderia ter uma criança no carro, como a cadeirinha e outros objetos pessoais.
“Umas quatro horas depois de tanto insistir, implorar, que foram olhar no carro. Quem garante que este bebê não estava vivo? Se dava para ter socorrido e salvado ele? Ninguém me garante isso” […] Transportaram o carro com bebê dentro, sem terem olhado na hora do acidente, sendo que tinha a cadeirinha, bolsa do nenê, roupa, sapato, tinha tudo do nenê dentro do carro”, disse na ocasião.
Segundo a SSP, o caso foi registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, e morte suspeita, com encontro de cadáver, e é investigado pela Polícia Civil de Boa Esperança do Sul.
“Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência de dois veículos que haviam colidido de frente, sendo que quatro pessoas haviam se ferido. A perícia e o resgate foram acionados. As vítimas foram socorridas e o trabalho pericial foi realizado na parte em que houve danos nos veículos. Posteriormente, foi constatado uma quinta vítima, um menor de 1 ano, encontrado sem vida no porta-malas de um dos veículos”, informou a SSP.
Gael estava na cadeirinha no banco traseiro do veículo, que era conduzido pelo seu pai, 22. O carro seguia pela rodovia quando bateu de frente com uma caminhonete, que era dirigida por um homem, 41, em que também estavam a mulher dele, 41, e o filho do casal, 14.
Todas as vítimas foram socorridas, exceto a criança, que não foi localizada pelas equipes de resgate.
A avó de Gael contou que soube pelo filho ainda sem plena consciência de que o neto poderia estar entre as vítimas da colisão, correu para o local do acidente e começou a procurar pelo neto com ajuda de outros familiares.
“Quando eu cheguei à UPA, meu filho ainda meio inconsciente falou assim: ‘mãe, salva o Gael’. Eu saí correndo, liguei na Polícia Rodoviária, pedi informações, ninguém sabia me passar. Eu fui até a base e eles falaram que não tinha mais ninguém no carro […] Por que não procuraram na hora? Por que não viram que tinha uma criança, sendo que tinham vestígios de que havia uma criança dentro do carro?”, questionou.
O corpo de Gael foi submetido a exame necroscópico que deve ajudar a esclarecer a causa da morte. O laudo pericial deve ficar pronto nas próximas semnas, mas, segundo a família, ele não estava machucado, exceto a marca do cinto.
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