Uma semana após o Dia das Mães e os lojistas ainda fazem o balanço das vendas. Pelo segundo ano, o setor foi impactado pela pandemia da covid-19.
A diferença entre 2020 e 2021 está no atendimento presencial. No ano passado, as lojas permaneceram de portas fechadas na segunda melhor data para o varejo, depois do Natal.
O presidente do Sincomércio Araraquara, Antônio Deliza Neto, afirma que ainda não há números que traduzam as vendas, mas que o movimento foi positivo. Entretanto, segundo ele, ainda não é possível falar em recuperação.
“O movimento foi positivo sim, tivemos um alento em relação as vendas, e foi importante para tentar repor o fluxo do caixa de entrada das empresas e colocar um pouquinho de capital girando pra que as empresas possam enfrentar esses momentos difíceis que ainda teremos pela frente. Mas falar que nós tivemos um dia das mães rico e extraordinário com grande resultado econômico infelizmente não podemos constatar”, pondera.
PRESENTES MAIS BARATOS
Pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomércio apontava que 70% dos entrevistados iriam gastar menos do que no ano passado e que o consumidor pretendia investir, em média, R$152 com o presente.
Antônio Deliza Neto diz que os setores de calçados, acessórios, flores, e eletroeletrônicos foram os mais procurados. Segundo ele, o ticket médio do consumidor ficou entre R$130 e R$150, conforme apontava a pesquisa.
“Foram mais presentes com valores agregados mais baixos, nós já tivemos valores agregados mais altos nos dias das mães, mas esses setores foram os que mais se destacaram na minha opinião”, frisa.
O setor segue cauteloso e pondera. Havia vendas represadas, que foram retomadas na semana do Dia das Mães, e que contribuíram para o bom desempenho da data.
Mesmo com volume de vendas, pesou na decisão do consumidor os produtos com menor valor agregado, já que muitas famílias tiveram redução de renda e estão endividadas.
O presidente do Sincomércio Araraquara fala com otimismo, mas reconhece que a recuperação é lenta.
“Nós estamos retomando a nossa normalidade, trabalhando em horário normal e a expectaativa é boa e sem dúvida nenhuma acreditamos que devagar vamos retomar o rumo da economia de maneira gradativa, ela não vai vir rápida. Nós temos ainda muito endividamento por conta do consumidor, do cartão de crédito e outros afazeres, a renda caiu muito e as despesas continuaram as mesmas. Até repor essa diferença de fluxo de caixa é muito complicado”, aponta.
DIA DOS NAMORADOS
A próxima data comemorativa que deve movimentar o comércio é o Dia dos Namorados, daqui a um mês. O funcionamento das lojas que retorna a normalidade, das 8h às 18h, durante a semana, e das 9h às 17h, aos sábados, é motivo de otimismo.
“Este momento de trabalho é uma questão de substência das empresas e manutenção dos empregos e não de recuperação de lucratividade ou grandes movimentos, mas sim a manutenção da economia é o o que mais importa nesse momento”, reflete.