Atualizada às 18h57, de 05/09, com posicionamento da prefeitura de Araraquara
A instalação de quatro placas anunciando a venda de uma área verde no Jardim Dom Pedro I, em Araraquara, gerou muitas especulações. Por conta da presença de árvores, algumas de grande porte, muitos acreditavam se tratar de uma praça pública.
“Nunca vi vender uma praça”, disse o jardineiro, que deixou de realizar a manutenção do local há alguns dias, desde que as placas foram instaladas ali por uma imobiliária.
A área em questão fica entre as ruas Fábio Abritta, João Peroni e Nove de Julho, paralela ao Centro Especializado em Reabilitação e próxima ao Centralizado da prefeitura.
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A aposentada Oscarlina Costa Duarte, de 70 anos, disse que não esperava que o terreno fosse ser loteado. Esta foi a segunda vez que foi colocado à venda.
A moradora esclareceu que antigamente no local funcionava o escritório da Companhia de Habitação Popular (Cohab). “Quando foram feitas as casas do bairro, o escritório era utilizado para pegar a documentação dos compradores”, lembrou.
Na área é possível encontrar nove árvores de grande porte e 12 menores, além de algumas plantas. Também há calçada em toda volta da propriedade.
A moradora Andreia Cristina de Freitas, 49, sempre morou no bairro. Ela também não esperava que a área fosse ser vendida.
“Achei estranho. Se fosse um terreno, era pra ser nivelado, sem essas árvores”, opinou.
A área será “fatiada” em quatro lotes de 245m², 250m², 260m² e 263m³. Os valores variam de R$118 mil a R$125 mil.
Segundo o dono da imobiliária, Alexandre Borsari, embora aparente ser uma praça pública, trata-se de uma área particular. Os quatro lotes foram registrados no Cartório de Registro de Imóveis de Araraquara em dezembro de 2016.
“Como não tinha mais nenhum interesse da Cohab, eles colocaram a área a venda”, explicou Borsari.
Segundo as moradoras, desde que o prédio foi demolido há aproximadamente cinco anos, a prefeitura tem feito a limpeza, como a roçada da grama.
A secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano confirmou que se trata de lotes particulares e que realiza a manutenção da Praça José de Souza Guerra, que fica ao lado, mas que não está sendo comercializada.
Sobre a hipótese de remoção das árvores pelos possíveis futuros compradores, a secretaria municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade esclareceu que qualquer solicitação deverá passar por análise, mediante apresentação de projeto para o local, conforme legislação vigente.
“Havendo a autorização de remoção, o solicitante deverá cumprir a compensação ambiental, conforme dispõe o Código de Arborização do Município”, finalizou nota da administração municipal.