O “Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa” é nesta terça-feira (15). A professora do curso de Enfermagem da Universidade de Araraquara (Uniara), Ana Maria Tucci Gammaro Baldavira Ferreira, fala sobre o tema e aborda prevenção e denúncia em relação ao problema.
“A violência contra idosos ocorre geralmente em casa, pelos filhos ou cuidadores que, de alguma forma, estão sobrecarregados ou não sabem lidar com eles. Com a pandemia de coronavírus Covid-19, isso aumenta por conta do convívio mais intenso e pelas demandas constantes que idosos dependentes possuem. Mas como em qualquer época, ainda fica tudo muito camuflado. Idosos têm medo de denunciar por causa da represália ou por temerem serem abandonados”, explica a docente.
Ela aponta que existem várias formas de violência contra os idosos. “A mais conhecida é a física, que provoca lesões, até a morte em alguns casos. Porém, pode-se acrescentar a psicológica, na qual os idosos são vítimas de xingamentos e ameaças; a sexual, principalmente contra as mulheres idosas, e a patrimonial/financeira. Nesta última, vai desde retirar o idoso de sua casa e colocá-lo, contra sua vontade, em um espaço menor ou instituição de longa permanência, até pegar seu cartão de benefício do INSS e retirar completamente seu pagamento em benefício próprio, o que geralmente é feito pelos filhos ou vizinhos”, alerta.
O “Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa”, na visão de Ana Maria, “mostra que o problema está em todos os países e chama a atenção para mostrar a vulnerabilidade da pessoa com idade avançada que não tem mais como se defender”. “Também divulga os outros tipos de violência, que não só a física, e que afetam profundamente a vida dessas pessoas mais velhas, podendo levá-la à morte, além de chamar a atenção para a humanidade de se considerar essas pessoas como em uma das fases da vida em que ela necessita de apoio para viver”, destaca.
A prevenção vem sempre da informação e dos espaços para debates, de acordo com a professora. “A cultura de paz também ajuda muito, pois a violência interpessoal ainda está em patamares altos, principalmente com relação a alguns grupos, entre eles, os idosos. Saber como cuidar dessa população também deveria ser difundido por meio de locais onde ela se concentra muito, como no interior do país, embora eles estejam presentes nas grandes cidades também. Espero que todos os que possuam idosos em suas famílias tentem aprender um pouco sobre como lidar com essa pessoa que teve uma história ao longo de sua vida e merece apoio e ajuda nessa fase”, diz.
Ana Maria lembra que “a denúncia sobre agressões de qualquer natureza pode ser feita nas delegacias especializadas dos Idosos, ou da Mulher, caso o município não a tenha”. “Também podem ser acionados os serviços públicos de segurança polícia, assistência social, saúde ou diretamente na promotoria pública de justiça”, finaliza.