EPTV 2 – “Cada dia pior, mais horrível, mais repressão, mais terror, mais assassinato.” O relato é do venezuelano Salomon Benshimol Rodrigues, que se refugiou no Brasil há seis anos ao lado da esposa. Em Araraquara, o casal encontrou acolhimento e os mesmos direitos garantidos a qualquer cidadão brasileiro.
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“Meu marido já fez uma cirurgia de catarata. Eu passei por um transplante de córnea. Tudo muito bom“, lembrou a esposa de Salomon, Denis Salamanca.
Na próxima quarta-feira (25), celebra-se o Dia do Imigrante no Brasil, data que homenageia a contribuição dos imigrantes na formação da sociedade brasileira e reconhece os desafios enfrentados por aqueles que deixam seus países em busca de uma nova vida.
Fugindo dos problemas econômicos e sociais que assolam a Venezuela, Salomon e Denis procuraram a secretaria municipal de Direitos Humanos. Como não podem exercer no Brasil as mesmas profissões que tinham em seu país, eles dependem de auxílios governamentais.
Segundo Joana Lessa, assessora de Políticas Públicas de Araraquara, 60% dos imigrantes atendidos são venezuelanos. A cidade, inclusive, é a única da região a integrar essa rede de acolhimento.
“O imigrante participa e tem acesso a todos os programas disponíveis no município. Quando chega aqui, nós o encaminhamos para fazer a documentação e, depois, para outras secretarias”, explicou.
Segundo ela, além de obter o RNM (Registro Nacional Migratório), alguns imigrantes têm direito ao CadÚnico (Cadastro Único) e até mesmo ao Bolsa Família.
A auxiliar de produção Johalmy Hidalgo chegou a Araraquara há um ano. “Tudo começou porque não havia comida. Era uma fila enorme nos mercados para comprar, e o salário lá não dava para sustentar ninguém. […] Todo mundo tem um sonho na vida, e o meu é trabalhar e ser independente“, contou.
A psicóloga da secretaria de Direitos Humanos, Renata Gibran, neta de imigrantes libaneses, relatou em que condições essas pessoas costumam chegar à cidade. “Eles vêm de um país do qual foram praticamente expulsos. A maioria são venezuelanos. É uma forma de vida completamente diferente: outra língua, outra cultura, outra comida. São famílias que chegaram sem dinheiro, tiveram que deixar tudo para trás“, contou.
A afegã Mahnaz Akbari chegou ao Brasil há três anos. Antes de se estabelecer em Araraquara, passou por outras duas cidades. Estudante do segundo ano do ensino médio, ela sonha em se tornar dentista.
“No início, estranhei tudo, pois não falava português e não conhecia ninguém. Mas o povo brasileiro é muito acolhedor. Comecei a aprender a língua, e isso facilitou muito”, concluiu. (Com informações do EPTV 2)