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CotidianoSaúde agenda raio-x para o pé errado de criança de Araraquara

Saúde agenda raio-x para o pé errado de criança de Araraquara

Gustavo, de 8 anos, nasceu com uma má-formação conhecida como pé chato; há um ano família tenta consulta e exames

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Gustavo nasceu com uma má-formação conhecida como “pé chato” (Foto: Arquivo Pessoal)

ATUALIZAÇÃO 20/06 às 16h02 para opinião de médico especialista 
 

No momento de fazer um raio-x, uma família de Araraquara descobriu que o exame que deveria ser feito no pé-direito de uma criança, de 8 anos, tinha sido agendado para o outro pé.  

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“Eu voltei da Santa Casa chorando por me sentir um lixo, um nada, por não ter condições de fazer uma coisa simples que é um raio-x e levar para o ortopedista, e ver se ainda tem como consertar o pezinho dele”, desabafou Érika de Fátima Fonseca, 43, mãe do garoto. 

Gustavo Fonseca Miranda é autista de grau leve e tem uma má-formação no membro inferior conhecida como “pé chato”.  
 
 
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Assim que nasceu, os médicos perceberam que o pé dele apresentava a alteração. Porém, optaram por esperar pelo desenvolvimento da criança e a possível correção natural sem que fosse preciso qualquer intervenção cirúrgica, o que não aconteceu. 

No ano passado, o Gustavo foi atendido por um pediatra que fez o encaminhamento para um ortopedista. Mas a consulta com o especialista só aconteceu em abril deste ano. 

Segundo Érika, foi neste momento que o médico teria solicitado o raio-x. O agendamento foi feito pela unidade de saúde do bairro Selmi Dei, mas errado. 

Inicialmente, o raio-x seria realizado no último dia 16, mas precisou ser remarcado porque o equipamento da Santa Casa estava quebrado. Ao procurar novamente o hospital, na última quarta-feira (22), a mãe se deu conta de que havia um erro na guia do procedimento. 

Érika diz que se sentiu um lixo após exame ser agendado errado (Foto: Arquivo Pessoal)

“Foi um ano só para conseguir chegar ao ortopedista. Ele pediu o raio-x e eu não consigo fazer. Uma hora eu vou na Santa Casa e o equipamento está quebrado; eu volto e eles falam que tinham [Saúde] autorizado o pé errado. A gente se sente muito mal, é um descaso, me sinto negligenciada”, afirmou.

“Como o Gustavo já entende, ele cobra de mim, que ele não quer ter o pé torto, que ele não quer ir para a escola, que os amiguinhos tiram sarro dele”, lembrou. 

A mãe do garoto teme que com o passar do tempo o problema se agrave e afete ainda mais a mobilidade e o psicológico do filho. “Quanto mais o tempo vai passando mais o pezinho vai entortando. Sem contar que um pezinho bate no outro e ele cai. Ele reclama que na escola não pode correr igual aos outros amigos”, finalizou.  

OPINIÃO MÉDICA  

O médico ortopedista Fábio Porto explicou que o “pé chato” ou “pé plano” é caracterizado pela diminuição ou perda do arco plantar, que é a parte curva do pé que não tem contato com o chão durante a pisada. 

De acordo com o médico, mesmo identificado na infância, o protocolo mais adequado e esperar pelo desenvolvimento da criança. Algumas exceções podem requerer intervenção cirúrgica imediata, mas são raras. 

“O arco plantar, normalmente, só vai estar totalmente formado por volta dos 6 anos de idade. Muitas vezes, as crianças podem apresentar, em um primeiro momento, ausência do arco plantar, e depois ele ir aparecendo espontaneamente, o que faz com que, na maioria das vezes, nenhum tratamento mais específico seja realizado antes dos 5, 6 anos”, explicou. 

Segundo o especialista, a alteração é comum nas crianças e pode estar associada a fatores hereditários, ou seja, com outros casos na família. 

A maioria das pessoas vive normalmente. Porém, quando há dor e limitação de movimentos são indicados alguns tratamentos, como alongamentos, fisioterapia, palmilhas e calçados, e até intervenção cirúrgica, que deve ocorrer apenas fase final de crescimento da criança, entre 9 e 12 anos. 

“Por isso é importante o acompanhamento ortopédico para ver a evolução e, em caso de cirurgia, que seja feita no período adequado”, pontuou o especialista. 

Além do exame de imagem, avaliações clínicas podem ajudar na definição do tratamento. “Fazer a criança andar na ponta dos pés, sobre o calcanhar, trabalhar a flexibilidade, a pisada, e outros fatores que podem estar interferindo”, concluiu. 

FALA, PREFEITURA 

Procurada pelo acidade on, a prefeitura de Araraquara não se manifestou sobre o assunto até a publicação da matéria. 

Após contato da reportagem, a família foi informada que o exame do garoto foi reagendado para a próxima quarta-feira (29), no Ambulatório Médico de Especialidades (AME), em Américo Brasiliense. 
 
 
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Milton Filho
Milton Filho
Milton Filho é repórter da editoria de cidades do portal acidade on. Formado pela Universidade de Araraquara tem passagens pela CBN Araraquara, TV Clube Band e Tribuna Impressa. Acumula há quase 10 anos experiência com internet, rádio e TV.
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