PATRÍCIA PASQUINI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No inverno e com o tempo seco é comum o aumento de episódios de doenças respiratórias, como gripe, resfriado, sinusite e rinite.
Alguns sintomas, como a dor de garganta, podem estar presentes em todas essas doenças, assim como nos quadros de infecção pelo coronavírus.
A dor de garganta se dá pelo acometimento da mucosa e pelo fato de a secreção do nariz pingar na faringe.
Em tempos de covid-19, é comum que os pacientes procurem um médico ao menor sintoma de doença respiratória, até mesmo quando se trata de um simples resfriado.
“O que a covid-19 tem muito mais frequente do que qualquer virose é que acomete o pulmão e leva a insuficiência respiratória grave com maior frequência”, explica Luís Fernando Camargo, professor da Faculdade Israelita de Ciência da Saúde Albert Einstein e infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
“Vemos coisas que não são observadas nas outras doenças, como os eventos de trombose, lesão da via aérea com pneumotórax, embolia de pulmão, sintomas neurológicos e sequelas de longo prazo. A Covid-19 é uma virose respiratória como qualquer outra, mas a falta de imunidade leva a casos mais graves. As taxas de mortalidade e de complicação são bem maiores”, completa.
GRIPE
É uma infecção causada pelo vírus influenza Acomete a via respiratória -nariz, seio da face, traqueia e pulmão- em uma intensidade muito maior do que um resfriado Sintomas: coriza, espirros, dor de garganta, dor de cabeça, tosse e febre alta Se não forem tratados, os quadros gripais podem evoluir para infecção bacteriana e pneumonia Oseltamivir, comercializado sob a marca Tamiflu, é um antiviral usado no tratamento de gripe por influenza; o medicamento é distribuído nos postos de saúde a pacientes com prescrição médica.
RESFRIADO
Infecção viral no nariz e na garganta, mas sem gravidade Também é causado por vírus; mais comumene pelo rinovírus Sintomas: coriza, espirros, dor de garganta, tosse, febre baixa e um pouco de cansaço Não há medicação específica e geralmente melhora em poucos dias; contra a congestão nasal, o ideal é usar soro fisiológico ou Rinossoro Camargo alerta para o cuidado com a automedicação: “Os remédios que secam o nariz e trazem a sensação de melhora, por exemplo, podem causar eventos adversos indesejáveis, como o aumento da pressão arterial e de infecção bacteriana por acumular secreção nos seios da face”.
SINUSITE
Qualquer infecção que afeta o seio da face Causada por vírus que causam o resfriado comum e eventualmente o da gripe Sintomas: coriza, dor de garganta, febre, tosse, dor de cabeça e na maçã do rosto, mal-estar, cansaço, redução do olfato “Quase todas as sinusites são virais e muitas vezes as pessoas tomam antibióticos desnecessariamente. O uso de antibióticos é indicado se houver como complicação uma sinusite bacteriana”, alerta Camargo.
RINITE
Acomete a mucosa do nariz Sintomas: coriza, espirros, sangramento nasal, sensação de catarro, prurido no ouvido, dor de garganta e facial, alteração no paladar, febre baixa e irritação nos olhos quando de fundo alérgico Geralmente, as crises não trazem complicações Lavagem nasal, indicada para os casos acima.
Na falta do soro fisiológico 0,9%, prepare um soro caseiro: 1 litro de água fervida ou filtrada, acrescida de duas colheres (chá) de sal e 1 colher (chá) de bicarbonato; coloque a solução em uma seringa com capacidade para 20 ml e aplique.
COVID-19
Infecção respiratória aguda causada pelo Sars-CoV-2, da família dos coronavírus, que pode levar à morte Sintomas: tosse seca, febre, dor no corpo, indisposição, perda de olfato e paladar, diarreia e dor de cabeça e nas costas; no caso da variante delta, há sintomas parecidos com os de um resfriado, o que inclui coriza e espirros com mais frequência A infecção pelo coronavírus pode ser evitada com distanciamento físico, uso de álcool em gel e preferência por locais com ventilação natural, além da vacinação Para influenza e coronavírus, há vacina É importante que a população se vacine contra a gripe e contra a Covid-19. As duas vacinas são ofertadas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização).
A vacina contra o vírus influenza reduz o risco de complicações respiratórias e de pneumonia. São necessárias duas semanas para que o imunizante comece a fazer efeito. A ação acontece sempre no outono para oferecer proteção no inverno, quando ocorre maior circulação do vírus.
Como os vírus da gripe têm diferentes mutações e variantes, é necessário o desenvolvimento a cada ano de novas vacinas específicas para a cepa em circulação.
A vacinação contra o coronavírus teve início em 2021. Alguns especialistas acreditam que, como se trata de um vírus respiratório, a imunização deverá passar a ocorrer anualmente.