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AraraquaraCotidianoTeatro Oficina recebe último adeus a Zé Celso, filho ilustre de Araraquara

Teatro Oficina recebe último adeus a Zé Celso, filho ilustre de Araraquara

Velório do dramaturgo araraquarense começa às 23h desta quinta-feira (6) e vai até 9h de sexta-feira (7) na capital paulista

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Amigos, familiares e fãs começaram a se despedir do dramaturgo araraquarense Zé Celso, nesta quinta-feira (6), em frente ao Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, em São Paulo. Filho célebre de Araraquara, o ícone do teatro será velado a partir das 23h na capital paulista.

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Comunicado emitido pelo Teatro Oficina esclareceu que o velório está previsto para ir até as 9h desta sexta-feira (7), na Rua Jaceguai, 520, no Bixiga, em São Paulo. O rito será aberto ao público e serão organizadas filas para a despedida. A rua também foi fechada para a passagem de veículos e um telão foi montado para a transmissão de todo o rito no Uzyna Uzona.

 

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O INCÊNDIO
Zé Celso foi internado no hospital das Clínicas em São Paulo, após um incêndio atingir seu apartamento na madrugada desta terça-feira (4). O estado de saúde do diretor era grave devido às queimaduras e ele morreu dois dias depois, com falência dos órgãos.

O marido do araraquarense, Marcelo Drummond, e outras duas vítimas que moram no apartamento – Ricardo Bittencourt e Vitor Rosa – foram encaminhadas para unidade de saúde, onde ficaram em observação, visto que inalaram fumaça. Todos já foram liberados.

Artistas, líderes da política local e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manifestaram solidariedade aos amigos, familiares e fãs de Zé Celso. A Prefeitura Municipal de Araraquara decretou luto oficial de três dias devido à morte de seu filho célebre.

 

 

 

QUEM FOI ZÉ CELSO?
Araraquarense com talento ímpar para as artes, principalmente, as cênicas, o autor, diretor e ator é reverenciado pelos quatro cantos do País. Sua terra natal serviu de inspiração para escrever sua primeira peça teatral chamada “Vento forte para papagaio”, em 1958.

Diplomado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo), Zé Celso abandonou o terno e a gravata para mostrar seu talento no teatro com genialidade, ousadia e bastante polêmica – em especial durante a Ditadura Militar.

A carreira nos palcos começou na década de 1960, no Teatro Oficina. Ao longo de sua trajetória, ele encenou peças icônicas como “Os Pequenos Burgueses” de Gorki, “Andorra” de M. Frisch, “O Rei da Vela” de Oswald de Andrade e “Roda Viva” de Chico Buarque.

No entanto, seu caminho no teatro não foi livre de obstáculos. Durante o período do regime militar, Zé Celso enfrentou problemas com a censura e, em 1974, chegou a ser preso, e posteriormente exilado em Portugal. Foi nesse período que ele formou o grupo Oficina Samba.

Além de sua atuação como diretor, Zé Celso também teve participações como protagonista em peças como “Galileu Galileu” de Brecht. Ele também se aventurou no mundo do cinema, dirigindo o documentário “O Parto”, que abordava a Revolução dos Cravos, e o filme “Vinte e Cinco”, patrocinado pelo Instituto Nacional de Cinema de Moçambique.

Em 1978, Zé Celso retornou ao Brasil e reassumiu seu trabalho à frente do Teatro Oficina, que havia sido transformado em UzynaUzona. Durante esse período, ele escreveu a peça “Cinemação” em colaboração com o dramaturgo Noílton Nunes.

Também liderou um movimento para manter o Teatro Oficina aberto, resultando em seu tombamento em 1982 e sua reinauguração em 1983.

Ao longo de sua carreira, Zé Celso foi agraciado com mais de 20 prêmios, incluindo o prêmio de melhor autor no Festival de Teatro de Santos em 1958, pelo trabalho “A Incubadeira”, e o prêmio de melhor direção no Festival Latino-Americano por “Os Pequenos Burgueses” e “Andorra” em 1965. 
Ele também foi vencedor do Prêmio Shell de Melhor Direção por “Hamlet” em 1993, do Prêmio Mambembe de Melhor Ator em 1998 por “Ela” de Jean Genet, e do Prêmio Shell de Melhor Autor e Diretor por “Cacilda!” em 1999.

Mais recentemente, Zé Celso protagonizou uma brilhante retomada do Teatro Oficina com a peça “Esperando Godot”. Em parceria com Monique Gardenberg, ele trouxe a dramaturgia de Samuel Beckett para os dias atuais, abordando temas contemporâneos como a pandemia da covid-19, em meio a cenários desafiadores.

 

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