Fila extensa, cadeiras ocupadas e pessoas esperando sentadas na calçada. Esta tem sido a realidade enfrentada por pacientes do Hospital Municipal Doutor José Nigro Neto, em Américo Brasiliense, diante da alta procura por atendimento médico.
Na manhã desta quinta-feira (12), o tempo de espera se aproximava de duas horas. Dentre os pacientes, casos de covid-19, dengue e outras doenças, além de quem buscava por resultado de exames.
A idosa Jovita de Oliveira Mendes, de 62 anos, chegou à unidade por volta das 7h30. Com suspeita de dengue, ela foi atendida após às 9h e deixou o hospital às 10h.
Com alteração no resultado, ela vai precisar refazer o exame. Hoje, tomou apenas uma injeção para dor. “É muito tempo de espera para quem está com dor, incomoda muito a gente”, disse ao portal acidade on.
Demora também para quem buscava por resultado de exame médico, como a dona de casa, Suze Reis, 38. Na última quarta-feira (11), ela esperou por atendimento por quase três horas.
Nesta manhã, ela precisou voltar ao hospital para buscar o resultado do exame do seu filho, que está com suspeita da doença conhecida como mão-pé-boca. Foram mais duas horas de espera.
“Eu sei que tá cheio, tem muitos casos, mas tem que melhorar”, desabafou.
Ela apontou ainda outro problema: a falta de separação dos pacientes. “Quando ele [filho] foi colher o exame de sangue, tinha uma moça positivada para covid-19 sentada ao lado. Está bem bagunçado. Além da demora, está muito misturado”, afirmou.
A dona de casa, Maria José da Silva Camondi, 56, disse que “são poucos profissionais”. Ela sofre de pressão alta e procurou o hospital municipal pelo segundo dia consecutivo.
Na quarta-feira, ela chegou à unidade às 8h, mas só conseguir ser atendida às 13h. “Eu falei que tava passando mal, ai que me medicaram”, lembrou.
Com suspeita de covid-19, o analista de sistemas, Matheus Oliveira, 27, esteve duas vezes no Hospital Municipal Doutor José Nigro Neto, na última segunda-feira (09) e na quarta-feira (11). Nas duas ocasiões, a unidade estava lotada.
“Muita gente com sintomas de dengue, de gripe, esperando atendimento médico, exame. Os funcionários estavam visivelmente sobrecarregados, com o olhar cansado”, avaliou.
Segundo ele, o poder público deveria ter um olhar especial para o primeiro atendimento.
FALA, PREFEITURA
Procurada, a assessoria de imprensa da prefeitura de Américo Brasiliense não retornou aos contatos e ainda não comentou o assunto.