O mercado imobiliário da região de Araraquara tem se adaptado a uma tendência que já é realidade no país: pessoas que moram sozinhas. Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontou quase 11 milhões de brasileiros nesta situação.
Jean Marcelo Inácio de Oliveira é gerente comercial em uma construtora que atua na região de Araraquara. Segundo ele, a empresa tem percebido esta nova configuração e por isso novos projetos foram lançados para atender esta demanda.
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‘Então, a gente começou a trabalhar com programas menores que atendesse a este novo estilo de vida, com praticidade e mais compactos, com 48, 54 e 56 m²’, disse.
Dados da recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) apontam um crescimento de quase 44% dos imóveis com morador único. Em 2012, eram 7,5 milhões. Este número saltou para 10,8 milhões em 2021.
O levantamento também evidenciou aumento proporcional de residências onde vive apenas uma pessoa. Em 2012, eram 12,2%, agora, são 14,9%.
Para Jean Marcelo, o olhar para a sociedade é fundamental para que os negócios tenham sucesso. Segundo ele, seria impossível ignorar uma realidade cada vez mais presente.
‘Foi um movimento mais de fora para dentro. Nossos clientes foram mudando e a gente foi percebendo que a busca por apartamentos mais compactos e bem localizados estava se tornando algo com frequência grande e começou a fazer esta movimentação dentro da engenharia’, explicou.
A pesquisa do IBGE também mostrou que maioria destas pessoas são homens. Na média nacional, eles representam 56,6% do total.
É o caso do coordenador de negócios e projetos Diego Leme de Oliveira, que mora sozinho desde 2012. Ele contou que precisou sair de casa para estudar, passou a dividir um imóvel com outras pessoas e, assim que conseguiu, mudou-se para um cantinho só para ele.
‘Logicamente, companhia é sempre bem-vinda, mas é gostoso ficar sozinho. O difícil é no começo porque bate aquela solidão porque está acostumado com aquela rotina de casa de mãe, república. Mas quando acostuma é um caminho sem volta’, opinou.
O administrador e especialista em economia doméstica Rafael de Lara Alves explicou que a decisão sobre sair de casa ou passar a morar sozinho deve ser feita com muito planejamento.
‘Apesar de ter um único morador, a residência vai continuar exigindo gastos e cuidados, mas com menos gente para compartilhar as tarefas. Aqui que se entra a capacidade de se organizar de acordo com os rendimentos do único provedor da casa’, concluiu.
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