O cabeleireiro Douglas Leite Baraúna, de 38 anos, é microempreendedor individual. Há 10 anos, ele acompanha a evolução do mercado da beleza, que é o segmento que concentra o maior número de MEIs em Araraquara, com mais de 1,6 mil profissionais, ou seja, 7% do total.
“O homem mudou de perfil. Hoje, ele tem uma certa vaidade, quer barba, sobrancelha, fazer uma progressiva, fazer outro tipo de serviço”, disse o empreendedor que mantém uma barbearia na Vila Xavier.
Douglas foi incentivado pela mãe, que trabalhava neste segmento. Ao lado do irmão, ele decidiu empreender. Mas, hoje, segue sozinho a frente do negócio.
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Segundo o Portal do Empreendedor, do total de 22,1 mil microempreendedores individuais ativos em Araraquara, 53% são do sexo masculino e 30% estão na faixa etária dos 31 aos 40 anos, assim como o Douglas.
Para o consultor do Sebrae, Luiz Felipe Navarro, o mercado da beleza vem crescendo nos últimos anos e pode estar atrelado as dificuldades do profissional em se manter no mercado formal de trabalho, ou seja, com carteira assinada e regido pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
“É um segmento que entrega oportunidade que o mercado oferece e que o próprio empreendedor busca para poder levar o sustento para sua casa”, avaliou.
Segundo o especialista, apesar de o MEI não exigir elevado nível de escolaridade, a maioria dos empreendedores busca se especializar dentro das suas áreas de atuação. “A gente percebe que os barbeiros, cabeleireiros, manicures, buscam se especializar muito nestas áreas”, reconheceu.
O Portal do Empreendedor mostra ainda que atividades relacionadas a obras de alvenaria e comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios também estão entre as mais comuns na cidade. Já as faixas etárias de 41 a 50 anos e 21 a 30 anos são, respectivamente, as que concentram o segundo e terceiro maiores números de cadastros.
PROCURANDO O SEBRAE
De acordo com Navarro, a maior procura pelos serviços do Sebrae atualmente é de profissionais que buscam formalizar seus negócios, tornando-se microempreendedores individuais.
Ele explicou que o MEI consegue linhas de crédito, melhores condições de pagamento junto a fornecedores e vantagens em obter benefícios previdenciários, por exemplo. Para o consultor, o empreendedor que busca dar um passo a mais em seu negócio precisa buscar esta formalização.
“O melhor caminho é planejar: o quanto eu tenho disponível para investir neste negócio, o que eu gosto de fazer, em que eu sou bom, onde eu me destaco, onde eu faço com amor, com brilho no olho. Isso dá muito resultado”, afirmou.
Mesmo com a empresa em operação, o consultor orientou que ainda é preciso monitorar o que dá certo e errado, fazer correções e acompanhar as tendências de mercado.
Douglas disse que não pensa em voltar para o mercado formal com carteira assinada e sonha em se tornar ME (Microempresário), contratando mais dois profissionais e expandindo o seu salão para um espaço maior.
“Com as dificuldades do começo, a gente mede os prós e os contras e até pensa em voltar [para a CLT], mas, hoje, eu já não tenho esta expectativa, quero até ampliar, ter funcionários e aumentar o leque. Desde o início, a turma pedia, fui vendo tendências de barbearias americanas, deste formato que foi pegando nas grandes capitais, como São Paulo e Curitiba, e foi super bem aceito”, concluiu o empreendedor que agrega valor ao seu trabalho, oferecendo bebidas e entretenimento.
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