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Lazer e culturaA história do desenvolvimento de Araraquara contada por seus prédios centenários

A história do desenvolvimento de Araraquara contada por seus prédios centenários

Confira a evolução de Araraquara através dos anos

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ANIVERSÁRIO DE ARARAQUARA

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Araraquara completa 206 anos neste dia 22 agosto, uma história que poder ser contada através de suas ruas e prédios, que ganharam forma e importância com o passar do tempo.

Acompanhando os ciclos econômicos e as mudanças arquitetônicas, a cidade vem se transformando, indo das ruas de terra para o asfalto, das casas bem desenhadas do final do século XIX e XX até a arquitetura moderna.

O marco inicial de Araraquara foi a Praça da Igreja Matriz de São Bento, quando em 1805, Pedro José Neto e sua família se instalaram ali, construíram uma capela de madeira e palha e deram início a uma pequena comunidade. Era ali que tudo acontecia.

Capela de São Bento de 1817, construída por Pedro José Neto (Foto: Arquivo)

No total, foram cinco igrejas construídas em um mesmo local, até chegar a estrutura atual. “A cidade nasceu exatamente aqui, onde fica a igreja Matriz. Quando Pedro José Neto chegou nos campos de Araraquara com a família por volta de 1805 e a primeira coisa que ele fez foi construir uma capela de madeira e palha. Alguns anos depois, a população local se uniu e construiu uma igreja de tijolos”, conta o historiador Hamilton Mendes.  

Apesar das diversas mudanças, a praça da Matriz foi tombada pelo Condephatt (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo) e mantem as pedras originais de 1914.

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Em 1817, Araraquara tornou-se distrito e, em 1889, foi elevada à categoria de cidade.

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ECONOMIA

O desenvolvimento de Araraquara aconteceu somente no final do século XIX com a chegada da ferrovia e de imigrantes que trabalhavam nas lavouras de café.

Com a evolução da cidade, os cafezais começaram a tomar conta da região. Entre os avanços postos pela economia cafeeira está a construção das estradas de ferro.

Em Araraquara, a primeira estação foi instalada em 18 de janeiro de 1885, pela Companhia Rioclarense de Estradas de Ferro. Já o prédio atual foi construído em 1912, sendo que a eletrificação da linha chegaria à cidade em 1 de dezembro de 1928.

“A posição do prédio foi pensada para ficar próximo a matriz, ponto inicial de Araraquara, e perto dos hotéis e comércios do município. A estação era a porta de entrada da cidade, onde as pessoas faziam festa para buscar seus parentes e muitas figuras importantes desembarcavam”, ressalta o arquiteto araraquarense Chico Santoro.

Pessoas importantes como Dom Pedro I, a Imperatriz Maria Leopoldina e toda sua comitiva. A família real desembarcou na estação no dia 6 de novembro de 1886, visitaram a Igreja Matriz, as escolas e outros pontos públicos de nossa cidade.

A visita terminou na casa do então coronel José Pinto Ferraz, localizada na Rua Padre Duarte com a Avenida Portugal e inaugurada em 1880. A residência é tombada e mantém até hoje suas características originais.

“A casa se estendia por todo o quarteirão, contava com pomares e um grande jardim. Em 1924 ela foi vendida para a Sociedade Brasileira de Educação e Instrução, mantenedora do Colégio Progresso de Araraquara. Eles restauraram a casa, onde, hoje, funciona uma sala de aula. Ela se mantém como um dos últimos exemplares de residência do final do século XIX”, explica Chico Santoro, arquiteto e membro do COMPPHARA (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico).

A NOVA ARARAQUARA

Com a imagem manchada, após o linchamento dos Britos, no final do século XIX, e o triste apelido recebido de ‘linchaquara’, os grandes fazendeiros do café se uniram com o intuito de redesenhar a cidade.

Estes empresários se cotizaram, arquitetos foram chamados e a cidade ganhou uma nova forma, com ruas bem traçadas e prédios imponentes.

“O Centro foi planejado como o Jardim das ‘Fleris’, em Paris, e a ideia era ter um hotel bonito, em boas condições para poder receber aqueles que vinham fazer negócios na cidade”, conta o historiador Hamilton Mendes.

A cidade que conhecemos hoje foi desenhada entre os anos de 1906 e 1930, a partir da construção da Câmara Municipal, da escola Mackenzie (atual Casa da Cultura), a antiga sede social do Clube Araraquarense (atual secretaria da educação).

Naquela região, quase tudo se mantém do mesmo jeito há mais de 100 anos.

“O eixo da rua São Bento, Praça da Independência e Pedro de Toledo contam a nossa história. São poucas as cidades que contam com prédios arquitetônicos tão magníficos e bem cuidados como estes. As obras ecléticas e repletas de detalhes fazem dessa parte de uma Araraquara culturalmente e arquitetonicamente rica. Com o tempo, alguns prédios, como o Teatro Municipal e o Cinema acabaram simplesmente dando lugar a prefeitura e comércio, perdendo um pouco aquela beleza. Preservar nossos prédios históricos é preservar nossa identidade, nossa referência e memória. É possível preservar e ter a modernidade ao mesmo tempo, elas são compatíveis”, ressalta Chico Santoro.

CASA DA CULTURA

Em 1914, o casarão foi construído para abrigar o Araraquara College e, em 1919, sediou a Escola Mackenzie. No ano de 1933, o prédio foi doado para o Governo do Estado de São Paulo que fez do imóvel a sede do IEBA (Instituto Estadual Bento de Abreu). Entre os anos de 1960 e 1973, o casarão sediou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. 

Com o tombamento em 1981 e após o término do restauro em 1982, o casarão passou a sediar o Centro Cultural Luís Antônio Martinez Corrêa, também conhecido como a Casa da Cultura.

Atualmente, o prédio está sendo completamente restaurado pelo município, mantendo suas características originais.

CINEMA

E se a cultura e a educação destacavam aquela região, não poderia faltar o cinema.

A história dos cinemas de rua trazia todo o glamour de uma época para Araraquara. Uma história que começou em 1911, quando Joaquim Vieira dos Santos inaugurou o Bijou Théâtre, na Rua São Bento (Rua 3), que contava com 400 lugares. 

Após dois anos, o mesmo Joaquim Vieira dos Santos, em sociedade com Antônio Vieira dos Santos e Alberto e Bernardino Vieira, transformou o modesto Bijou no elegante Cine Teatro Polytheama, inaugurado em 7 de setembro de 1913. O local somava 1,4 mil cadeiras e contava com o primeiro aparelho de projeção cinematográfico do interior paulista.   

O prédio do Cine Teatro Polytheama foi reformado, ganhou uma nova aparência e nome: Cine Odeon, depois Cine Veneza, fundado pela empresa Cinematográfica Affonso.

O local encerrou suas atividades, no ano de 2001, quando foi comprado por uma igreja evangélica. Atualmente, o antigo cinema abriga uma loja de departamentos, em frente ao prédio da Câmara Municipal. 

HOTEL MUNICIPAL

Com traços arquitetônicos requintados e colunas no estilo neoclássico, o hotel Municipal chama a atenção até os dias de hoje. Totalmente restaurado, o prédio mantém as antigas escadarias de mármore, as vidraças trabalhadas e os requintados lustres daquela época.

O Hotel Municipal não recebeu apenas comerciantes e investidores, mas também grandes nomes como Mario de Andrade e políticos como Ademar de Barros, Jânio Quadros, grandes lideranças políticas dos anos 40 e 50. Interventores de Getúlio Vargas também se hospedaram ali.

DE CADEIA MUSEU

Inaugurado em 1.889, o atual prédio do Museu Histórico e Pedagógico Voluntários da Pátria, fazia parte do projeto de uma nova Araraquara. O local começou como fórum e cadeia, já que a antiga, que ficava em frente à Matriz de São Bento, foi destruída após o episódio do linchamento e assassinato dos Britos, que criou um estigma no local.

Toda essa estrutura funcionou por aproximadamente 30 anos, depois abrigou a escola de Belas Artes, o conservatório municipal Maestro Tescari e voltou para a área administrativa, sendo Câmara e Prefeitura. O prédio ficou vazio por um tempo até que, em 1.975, foi fundado o museu Voluntários da Pátria.

EDUCAÇÃO
O primeiro grupo escolar de Araraquara segue com suas janelas altas e contornos bem feitos. Fundado em 1903, a escola Carlos Batista Magalhães – esquina da Rua Gonçalves Dias com as Avenida Portugal – funcionou até 1996.

O imponente prédio foi restaurado e passou a abrir a Diretoria Regional de Ensino de Araraquara.

“O grupo é o mais antigo de Araraquara e é muito conservado. É possível perceber que, todo prédio que teve continuidade, acabaram sendo os mais conservados”, conclui Chico Santoro.

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Gabriela Martins
Gabriela Martinshttp://www.acidadeon.com/araraquara
Editora do ACidade ON Araraquara e São Carlos, está no portal desde 2018. Formada há 13 anos, atuou como repórter da Tribuna Impressa de Araraquara por mais de sete anos e tem experiência em marketing em mídias digitais -gabriela.martins@acidadeon.com
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