Nesta segunda-feira (18) é comemorado o dia Nacional do Livro infantil. Em Araraquara, há uma safra atual de escritores para o público infantojuvenil.
Cada um com uma linguagem lúdica, reflexiva e poética sobre temas diversos, estão entre eles Rodrigo Vulcano, Cintia Santos, Tadeu Marcato e Rebeca Chibeni.
Inclusive, na próxima quinta-feira (21), os autores se reúnem no Museu do Boneco e lançam presencialmente seus últimos livros.
“Vamos relançar os livros que publicamos na pandemia e também aproveito para lançar o meu segundo livro infantojuvenil: O monstro devorador de palavras, com ilustração da Olga Neves, uma ilustradora portuguesa”, comentou Vulcano.
Segundo o autor, o livro trata dos “apequenamentos” da língua portuguesa”. “Por exemplo, o você já foi vósmicê, virou você e agora só as letras VC. O também virou tbm. Então, o livro fala de como as palavras vêm sendo devoradas, e nós, como escritores, temos que tomar cuidado para que não fiquem mais pobres”, avaliou.
Em 2021, o escritor araraquarense já havia lançado o seu primeiro livro infantil “A menina com sorriso de orelha a orelha”.
LITERATURA ANTIRRACISTA
O universo da maternidade, transição capilar e luta antirracista norteiam o trabalho da escritora Cintia Santos, autora do livro “Minha mãe usa touca de cetim”.
Escritora negra, ela versa sobre a representatividade. Em seu canal no Youtube “SoulCrespa”, a autora dá dicas sobre literatura infantil , entre outros assuntos.
“A literatura infantil não é somente para crianças, muito pelo contrário, uma literatura que adentra mentes genuínas, que tem o poder de nos encantar pelas palavras e pelas ilustrações. Que a literatura infantil seja cada vez mais plural e representativa”, avaliou.
REFLEXÃO POÉTICA
O escritor e poeta araraquarense Tadeu Marcato se conecta mais ao público juvenil. Ele já publicou quatro livros, sendo que um deles, “Antologia Poética”, é fruto de um trabalho realizado em sala de aula com alunos do ensino médio.
O seu último livro, “O dia em que Dionísio tirou Apolo para dançar”, lançado na pandemia , traz diálogos entre os seus filhos, envoltos em questões filosóficas e poéticas sobre o cotidiano.
“As histórias são sobre a rotina e cotidiano de duas crianças, dois irmãos descobrindo a realidade, e criando memória e aprendendo a se enquadrar no dia a dia. Procurei evidenciar a filosofia dentro do cotidiano”, justificou.
LÚDICO MUNDO
A escritora Rebeca Chibeni lançou em agosto do ano passado o seu primeiro livro infanto-junvenil “Era o Chão”, em parceria com o ilustrador Vitor Hugo Pedroso.
O livro foi selecionado em edital da editora Urutau em 2020, e estreou o selo “Tádesol Tádelua”, voltado para o público infanto-juvenil da editora.
“Era o chão” é um livro ilustrado que narra uma história lúdica entrelaçada a elementos da natureza sobre a impermanência.
Reações dos elementos da natureza, como a transformação de um chão que costumava ser firme e seco com a vinda da chuva. Processos, mudanças e o comportamento inesperado da natureza norteiam o livro.
Diálogos de fábula são costurados entre texto e imagem com as xilogravuras do ilustrador Vitor Pedroso. Um trabalho singular e poético para todas as idades e leitores.