A implantação do medicamento Profilaxia Pré-Exposição Sexual (PrEP), no município de Matão foi aprovado no início desta semana durante sessão ordinária da Câmara Municipal.
Proposto pela presidente da Câmara, Ana Mondini (MDB), a nova lei instituiu o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV (PrEP), disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), além da campanha municipal de Prevenção ao HIV/AIDS.
“É muito importante que o legislativo e o executivo comecem a olhar para a comunidade LGBTQIAP+, pois não podemos virar as costas para a comunidade e o legislativo municipal deu o pontapé inicial de projetos de políticas públicas para a comunidade LGBT. A PrEP já é disponibilizada pelo SUS e infelizmente a população de Matão que utiliza esse medicamento tinha que se deslocar para Araraquara ou Jaboticabal” introduziu Mondini.
“Agora basta o executivo sancionar a lei para que o medicamento seja disponibilizado aqui em Matão. Conversei com infectologistas, médicos sanitaristas e todos aprovaram a implantação da PrEP no município, pois o medicamento diminui o risco do vírus do HIV, mas vale lembrar que mesmo com o uso diário do medicamento, o uso de preservativo continua sendo essencial, pois sabemos que tem outras doenças sexualmente transmissíveis”, completou.
Recentemente a presidente da Câmara, Ana Mondini, esteve na capital paulista, na sede do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP, onde conversou com a infectologista e gerente da Assistência Integral à Saúde do CRT/DST/AIDS, Denize Lotufo Estevam, e com o médico sanitarista, Arthur Kalichman, para tratar sobre a implantação do PrEP em Matão.
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O QUE É PREP?
O medicamento é distribuído no Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), desde o ano de 2017, e vem sendo implantada de forma gradual nos municípios. O intuito da PrEP é diminuir a transmissão do vírus do HIV, reforçando a prevenção combinada com os outros métodos conhecidos, consistindo no uso de antirretrovirais (ARV), para bloquear alguns “trajetos” que o HIV usa para infectar o organismo. A prevenção ocorre com dois medicamentos combinados, o tenofovir e a entricitabina.
A medicação deve ser tomada diariamente e o tratamento exige acompanhamento médico regular. A PrEP pode impedir que o HIV se estabeleça e seja espalhado pelo organismo. No entanto, o uso incorreto e descontinuado pode fazer que não haja concentração suficiente das substâncias ativas na corrente sanguínea para o bloqueio do vírus.
A PrEP é direcionada para populações-chave, determinadas pelo Ministério da Saúde, como gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e travestis, acompanhantes, mas também o medicamento pode ser utilizado por pessoas heterossexuais.
Além destes, também é voltada a sorodiscordantes, ou seja, quando há parceria onde uma das pessoas é infectada pelo HIV e a outra não, em decisão compartilhada e individualizada, já que pessoas vivendo com HIV em tratamento regular, e carga viral indetectável há pelo menos seis meses, não transmite o vírus.