A secretária da Saúde, Eliana Honain, vai ser ouvida na Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga contratos firmados pela Prefeitura, sem licitação, relativos a pandemia e que tiveram apontamentos pelo Tribunal de Contas e Ministério Público (MP).
Apesar da expectativa de arquivar a CEI, nesta segunda-feira (24), os parlamentares decidiram chamar a secretária da Saúde, Eliana Honain, para oitiva na quinta-feira (27), às 11 horas. A sequência dos trabalhos foi decidida por Paulo Landim (PT), Marcos Garrido (Patriota) e Edson Hel (Cidadania).
Os vereadores Emanoel Sponton (Progressistas) e Marchese da Rádio não participaram de todo o encontro. Já Thainara Faria (PT), por ser presidente da CEI, não votou – vereadora vota apenas em casos de desempate.
“Ficou definido [reunião anterior] entre os vereadores pelo arquivamento dos trabalhos, visto que o Ministério Público já estava avaliando uma possível irregularidade. Ocorre que nesse tempo da semana passada para agora, muito provavelmente, os vereadores tenham consultado seus partidos políticos e suas forças políticas, o que é natural, então vieram com outra definição”, explicou Thainara Faria.
“Tendo definido pela continuidade dos trabalhos, não vi problema nenhum, já marquei a primeira reunião com oitiva, mas vejo que tenha tido interferência de forças políticas externas”, completou a presidente da CEI.
Thainara explicou que há um movimento na comissão para convocação de outras pessoas que possam contribuir com as investigações. Mas, apesar disso, a parlamentar ressaltou que o escopo da CEI deve ser seguido pelo grupo antes das convocações.
“Inicialmente queremos ouvir todos que forem apontados e que estejam de fato envolvidos com o processo. Agora, se alguma força política quiser envolver pessoas que não tenham nada a ver com o processo, aí, enquanto presidenta coloco que vamos barrar qualquer tipo de manobra política que possa ser usada para visibilidade de partidos e pessoas”, apontou.
Questionada pela reportagem, Thainara também falou sobre o Ministério Público estar investigando a tentativa de compra de respiradores antes mesmo do protocolo da CEI – desde março o MP está investigando o contrato e a CEI da Covid foi criada somente em junho.
“Estávamos com os trabalhos parados, não estávamos mexendo nele porque havia outras prioridades para serem tocadas. O argumento não foi usado antes, pois não tivemos reuniões antes. Nesse momento em que eles estão adiantados com as investigações, a maioria tinha visto que não tinha porque investigar”, argumentou.
“Agora, se há necessidade de continuar os trabalhos, ouvir novas pessoas, mesmo com tendo essa investigação colocada, eu vejo como retrabalho da Câmara e dos vereadores, mas vou conduzir de maneira democrática e sempre que a maioria defender que temos que tomar um rumo, tomaremos”, finalizou.
O primeiro ato público da CEI será a oitiva da secretária da Saúde, Eliana Honain. O objetivo dos vereadores é colher informações e definir os próximos passos da investigação. O encontro deve ser realizado à distância, com a possibilidade, sem direito a voz e voto, da imprensa.
MANIFESTAÇÃO
Manifestantes distribuíram pizza e refrigerante na manhã desta segunda-feira (24) em frente à Câmara Municipal. O grupo se apresentou como contrário ao arquivamento da CEI em Araraquara e mostrou descontentamento com o fim dos trabalhos.