Com o fim do prazo de 60 dias, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta na Câmara Municipal para investigar supostas irregularidades nos cemitérios municipais deve ser arquivada. Criada e com membros indicados, a CEI sequer se reuniu no período.
Segundo o Regimento Interno da Câmara Municipal, em seu artigo 108, a incumbência da CEI termina com o fim do prazo que lhe foi estipulado – no caso 60 dias -, e para sua prorrogação é necessária deliberação em plenário, com aval de ao menos um terço dos vereadores.
A venda clandestina de sepulturas em Araraquara foi um dos argumentos usados pela Prefeitura para propor a criação de uma lei de regularização no cemitério São Bento. A partir dessa informação, um grupo de vereadores sugeriu as investigações das supostas vendas.
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Na oportunidade, os autores da CEI foram os vereadores Marchese da Rádio (Patriota), Marcos Garrido (Patriota), Carlão do Joia (Patriota) e Lineu Carlos de Assis (Podemos). Para alcançar o número suficiente de assinaturas para criação, outros parlamentares aderiram ao movimento.
Com isso, assinaram também: Edson Hel (Cidadania), Emanoel Sponton (Progressistas), Fabi Virgílio (PT), Filipa Brunelli (PT), Gerson da Farmácia (MDB), Guilherme Bianco (PC do B), Hugo Adorno (Republicanos), João Clemente (PSDB), Lucas Grecco (União Brasil), Luna Meyer (PDT) e Rafael de Angeli (PSDB).
Desde a instalação, em 06 de junho, até o prazo final, na última quinta-feira (29), houve apenas a nomeação dos membros: Emanoel Sponton, Fabi Virgílio, Marchese da Rádio, Guilherme Bianco, Carlão do Joia e Lineu Carlos de Assis.
Ao acidade on, o vereador Marchese da Rádio disse ter procurado os colegas para ampliar o prazo de vigência da CEI dos Cemitérios, porém, não teve sucesso. O parlamentar lamentou a ausência de interesse dos colegas em prosseguir com a comissão.
“Não conseguimos em seis membros nos reunirmos nenhuma vez. Eu gostaria de ter sido o relator desta CEI, porém, quando convidei dois outros vereadores para serem presidentes, nenhum aceitou, quer dizer, ninguém fez questão que essa ela fosse adiante”, introduziu.
“Com o fim do prazo sugeri prorrogar, pois achava até melhor começarmos as investigações da CEI depois que acabasse o protocolo dos túmulos da Prefeitura, em 17 de outubro, pois vão surgir muitos problemas lá na frente e poderíamos investigar melhor. ”, completou.
Contrariado com o fim da CEI dos Cemitérios na Câmara Municipal, o vereador prometeu prosseguir atuando na investigação da suposta venda clandestina de sepulturas em Araraquara, mas por outros instrumentos e por intermédio de seu gabinete.
“Vou continuar as investigações pelo meu próprio gabinete, coisa que faço desde que o projeto foi aprovado. Infelizmente, a CEI acabou parando e provavelmente não vai ser prorrogado, pois não tem interesse de que isso ocorra”, finalizou.