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PolíticaForam R$ 17 mi em emendas para Araraquara, aponta Márcia Lia

Foram R$ 17 mi em emendas para Araraquara, aponta Márcia Lia

Deputada estadual fala sobre ações de seu mandato na Assembleia Legislativa em entrevista ao acidade on

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Márcia Lia falou sobre suas ações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Foto: Divulgação)
Márcia Lia falou sobre suas ações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Foto: Divulgação)

 

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Em entrevista ao acidade on, a deputada estadual Márcia Lia (PT) falou sobre as ações de seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo e como tem trabalhado para auxiliar a população de Araraquara, sua base eleitoral. Ela é a segunda entrevistada em uma série que publicamos com os agentes políticos locais.

Segundo a deputada, uma de suas prioridades na Assembleia foi trabalhar pela abertura de leitos durante o enfrentamento à covid-19 com o envio de emendas parlamentares. Ao todo, disse ter enviado somente para a Morada do Sol o equivalente a R$ 17 milhões de recursos articulados por ela ou parceiros no parlamento federal.   

 

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Márcia Lia também se posicionou contra a possível instalação de uma praça de pedágio no limite dos municípios de Ibaté e Araraquara, além de tratar sobre a importância da retomada econômica com a ‘trégua’ dada pela covid-19. Outro ponto analisado pela parlamentar estadual é a polarização política e o cenário eleitoral para o ano que vem. 

Confira a entrevista na íntegra: 

acidade on – Quais são as ações tocadas por seu mandato em 2021 e quais envolve Araraquara? 


Nasci e cresci em Araraquara, construí minha vida pessoal e profissional aqui e amo minha cidade. Na primeira gestão do prefeito Edinho coordenei a participação popular (2001-2004). Esse contato direto e diário com a população, especialmente dos bairros, foi essencial para a minha formação política. São 20 anos de vida pública, de compromisso com Araraquara. 

A situação do país e os reflexos da pandemia tornaram 2021 muito difícil, por isso também trabalhamos para que o governo paulista abrisse novos leitos para pacientes com covid-19, o que garantiu atendimento e salvou muitas vidas. Enviamos emendas, mas além disso, trabalhamos para regularizar associações e entidades de bairros. Isso fortalece as comunidades no dia a dia, para reivindicar melhorias, para ações de solidariedade e de convivência. Temos um trabalho muito próximo da Fundação Toque, da Acácia, da JAFs, no Jardim América, e outras tantas entidades. Trabalhamos para que a Apae ampliasse seu atendimento a portadores da síndrome do autismo. O estado é muito lento, mas nosso mandato está empenhado que a Apae assine esse convênio. 

A produção de alimentos pelos assentamentos agrários está no centro do nosso mandato. Foram muitas ações cotidianas para cobrar estrutura dos governos municipal e estadual, da CPFL, do Itesp e do Incra aos assentados e assentamentos. Nosso objetivo? Dar condições de produção de alimentos e dignidade no trabalho das famílias assentadas. Temos uma situação privilegiada de produção de alimentos vendidos nas feiras livres a custo mais acessível e contribuir para isso nos deixa muito feliz. 

E temos um trabalho constante de cobrança do governo estadual para que ele cumpra a sua parte junto ao Iamspe e destine os recursos que são sua parte. Os servidores estaduais pagam o Iamspe, mas não têm o devido retorno quando precisam. 

Márcia Lia (PT) protocolou iniciativa na Assembleia Legislativa de SP (Foto: Divulgação)
Márcia Lia (PT) destinou R$ 17 milhões em emendas para Araraquara (Foto: Divulgação)

acidade on – Como foi sua destinação de emendas parlamentares e quais áreas priorizou? Quantas foram destinadas para a Morada do Sol? 


Foram cerca de R$ 17 milhões em emendas enviadas para Araraquara de indicação própria e por meio de deputados federais do PT, parceiros do nosso mandato. Temos um conselho político que nos auxilia no debate e na definição das emendas, geralmente em demandas para fortalecer a saúde, o SUS. Também definimos as indicações de acordo com o que foi votado no OP (Orçamento Participativo). Um exemplo disso são os recursos de R$ 1 milhão que possibilitaram ao prefeito Edinho [Silva] licitar a primeira fase da UBS que atenderá aos moradores da região do Valle Verde. Mas vieram recursos para esportes, infraestrutura, recape e asfaltamento, para entidades do Terceiro Setor, essenciais no atendimento à população.

acidade on – Há a possibilidade da instalação de uma praça de pedágio no limite dos municípios de Araraquara e Ibaté. Como está trabalhando essa temática? É favorável ou contrária e por quê? 


Somos totalmente contrários a mais um pedágio na nossa região assim como em muitos locais do Estado. Nos manifestamos publicamente nas duas audiências públicas realizadas pela Artesp (bastante questionáveis pelo formato de audiência, diga-se), em Araraquara e São Carlos. Requeremos uma agenda com o diretor da Artesp neste final de ano, mas ainda sem a confirmação de uma data. Pensar em onerar a população com mais pedágio, sendo que aqui entre Araraquara e Matão temos um bidirecional e caríssimo, é de descabimento inacreditável, é não pensar na população e sim no lucro das concessionárias. 

Esse um tema recorrente no nosso mandato. 

Em 2017 lideramos a região, junto com as Câmaras de Araraquara, Rincão, Santa Lúcia e Américo, contra a então possível instalação de uma praça na rodovia Aldo Lupo, que interliga nossas cidades. Ali não precisávamos de pedágio, precisávamos de manutenção para dar segurança aos motoristas. O governo retirou do edital a possibilidade de uma praça ali. Aconteceu o mesmo em Marília, onde nos unimos à comunidade local para impedir essa barreira de cobrança entre bairros populosos da cidade, que seria extremamente prejudicial aos moradores. Nosso mandato está sempre junto nas lutas contra esse abuso chamado pedágio no Estado, como agora nas regiões de Barretos, Rio Preto e Mogi das Cruzes. 

 

Márcia Lia durante intervenção em manifestação no Centro (Foto: Walter Strozzi/ACidade ON)
Márcia Lia se posicionou contra possível nova praça de pedágio na região (Foto: Walter Strozzi/ACidade ON)

acidade on – Entre os principais desafios para o ano que vem estão a retomada econômica, regularizar as filas da saúde e o processo de ensino aprendizagem. Como pretende contribuir com soluções? 

No jargão popular, quem tem a “caneta é o executivo”, portanto, o funcionamento da economia depende muito de como se pensa e para quem se pensa a economia. O governo do presidente Lula já mostrou isso ao incluir a população pobre no orçamento dando direito à moradia, saúde e trabalho dentro da CLT. O giro da economia é consequência. Mas como parlamentar contribuímos para auxiliar setores, como fizemos em 2020 no auge da pandemia, ao propor o PL 245/2020 transformado no artigo 28 da lei estadual 17.268, sancionada em 13 de julho de 2020 que propõe a criação de uma linha de crédito e microcrédito emergencial por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) a pequenos produtores, cooperativas e associações. Apesar de aprovada, o governo Dória ainda não regulamentou a medida e as categorias beneficiadas estão passando por necessidades. Estamos cobrando para que implemente, porque a pandemia agravou a nossa situação econômica. 

Quanto à saúde, temos contribuído ativamente, especialmente na questão das emendas. Em 2017 intermediamos junto ao deputado federal Nilto Tatto uma emenda de R$ 1 milhão, que compôs recursos e possibilitou ao prefeito Edinho realizar o programa Saúde Cidadã, em 2018, em que as filas imensas de cirurgias eletivas que tínhamos em Araraquara fossem reduzidas e algumas até zeradas. Aliás, é importante destacar que isso auxiliou muito o município, porque reduziu muito a pressão por cirurgias com a chegada da pandemia de Covid-19 e todas as cirurgias eletivas foram suspensas. Temos outras emendas para a Santa Casa de Araraquara, que contribuíram para a compra de insumos e equipamentos, como respirador para a UTI adulto. 

Quanto à retomada do processo de aprendizagem, é evidente que passamos por um período muito complicado com a pandemia: o ensino em todos os níveis migrou para o virtual. Constatamos que a maioria não tinha meios de acessar, seja por deficiência de equipamentos ou falta de acesso à internet de qualidade. Professores tiveram de se reinventar, trabalharam muito mais horas. Pesquisas apontam um déficit de aprendizagem bastante acentuado não apenas na escola pública, mas também nas escolas particulares. Como parlamentar nosso papel é cobrar que os governos façam um plano de retomada das aulas presenciais com muito critério, desde o sanitário, até o reforço da matéria que não foi apreendida satisfatoriamente. Penso que a valorização do servidor da educação e o reconhecimento de todo o seu esforço, vão contribuir muito no sucesso dessa retomada.

acidade on – Neste momento, há grande polarização política visando às eleições do ano que vem. Como enxerga a conjuntura política que está se desenhando para 2022? 

Há alguns anos não imaginaríamos um cenário tão complicado. O Brasil mergulhou numa aventura movida pelo ódio contra o PT e o resultado está sendo desastroso para a maioria da população, desde o golpe que tirou a presidenta Dilma Rousseff da Presidência, em 2016. A partir desse ponto houve uma investida contra a CLT, contra os investimentos públicos em saúde e educação PEC 55 , contra a soberania nacional e venda de ativos que são do povo brasileiro, até a prisão política do ex-presidente Lula, que pavimentou a chegada de Bolsonaro à presidência, com Supremo, com fake news, com tudo.  

No Estado de São Paulo o cenário é bastante desolador também, com a entrega do patrimônio do estado à iniciativa privada, sem a garantia de melhores serviços prestados; com a proposta do governo Dória de regularizar a grilagem de terras devolutas (terras públicas) e com sucessivos governos que não colocam os trabalhadores e a população mais pobre no orçamento. 

A polarização se dá porque o arquivamento de acusações contra o ex-presidente Lula fez o brasileiro lembrar da diferença entre os governos que já tivemos e a calamidade que temos hoje. A polarização é essa: de alguém que está no poder para mentir e privilegiar uma elite que pouco se importa com o Brasil e de outro, Lula, que sabe governar para incluir as pessoas na vida do país. 

Serão bons embates e quem tem o que mostrar de bom, mostrará.

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Walter Strozzi
Walter Strozzihttp://www.acidadeon.com/araraquara
Formado em Jornalismo pela Uniara (Universidade de Araraquara), Walter Strozzi é repórter no acidade on desde 2018. Anteriormente atuou na Tribuna Impressa, Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal e CBN Araraquara.
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