A greve sanitária da Educação em Araraquara completou, nesta terça-feira (24), 100 dias letivos. Os trabalhadores pedem segurança no retorno presencial das aulas na cidade.
Segundo a vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar), Andreia Juliana Berto Lima, a avaliação da entidade é positiva sobre o movimento.
“Temos nestes 100 dias mantido o número de pessoas e adesão. Nesse período agora, de uma semana atrás, começou a crescer devagar, acredito que por conta dessa questão de volta mais incisiva, mais crianças e flexibilização com abertura maior das unidades”, afirmou.
“Neste momento temos um crescimento do movimento, mas nossa perspectiva e avaliação são positivas por estarmos conseguindo salvar vidas. Ontem conseguimos fechar a assembleia com 200 pessoas em greve, ainda é um número pequeno, mas significativo”, completou.
Berto Lima explicou que sem acordo com a Prefeitura, a categoria realiza todos os dias duas assembleias e ouvem especialistas semanalmente sobre a segurança da volta às aulas.
“Temos falado semanalmente com pessoas renomadas, que nos trazem informações e avaliações de que o momento não é seguro essa volta, na contramão de tudo o que a Prefeitura se posiciona, de que é segura, que os pais podem levar os filhos”, defendeu.
De acordo com a representante do Sismar, a Prefeitura não dialoga com os trabalhadores em greve. Ao todo, segundo Andreia, foram duas reuniões inconclusivas para debater a greve.
“Não houve abertura de dissídio por parte da Prefeitura, conseguimos que o movimento não tenha dias descontados até que seja aberto o dissídio e julgado se procedente ou não, ou tenha uma mediação sobre. Estamos em um movimento pela vida, seguros de que estamos na legalidade e aguardando um posicionamento da Prefeitura para abrir negociação”, resumiu.
PAUTAS MANTIDAS
Após completar quatro meses de mobilização contra o retorno presencial das aulas em meio à pandemia da covid-19, a representante do Sismar afirmou que as pautas seguem as mesmas.
“Que a Prefeitura acene com o trabalho remoto até todas as pessoas serem vacinadas, que tenham EPIs adequados nos locais de trabalho e que as unidades sejam adequadas de forma segura para o recebimento dessas crianças”, apontou.
Segundo Andreia Juliana Berto Lima poucas unidades de ensino no município possuem condições de garantir a segurança necessária para trabalhadores e estudantes.
“O mais importante de tudo é estar agindo de acordo com a ciência. Toda nossa pauta e reivindicação vêm de acordo com os cientistas, damos nomes a eles, não escondemos coisa que a Prefeitura até hoje não nos passou, os dados mesmo, nome desses profissionais que mostram essa realidade que ela passa nas redes sociais”, finalizou.
Apesar de procurada, a Prefeitura de Araraquara não respondeu até o fechamento da reportagem. Tão logo isso ocorra uma atualização será publicada com o posicionamento.