Após ameaças de morte e de estupro enviadas por e-mail a todas as deputadas estaduais de São Paulo — incluindo Márcia Lia e Thainara Faria (PT), de Araraquara — o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, designou um promotor de Justiça para acompanhar as investigações.
A mensagem, enviada no último sábado (31), tinha teor violento e ofensivo, e foi direcionada às 24 deputadas estaduais, embora mencionasse nominalmente apenas algumas delas.
Segundo o Ministério Público, o autor da mensagem se identifica como “masculinista” e afirma ter utilizado “criptografia militar” no envio do e-mail. Ele diz estar “no esgoto da Grande SP” e que só virá à superfície para praticar atos de terrorismo contra suas vítimas.
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De acordo com a deputada Thainara Faria, esse tipo de ameaça é frequente e cria um ambiente de instabilidade e insegurança no parlamento. “Para que a gente deixe a nossa função de legislar, de fiscalizar o governador do estado, tenha medo de sair às ruas, de exercer a nossa função, que fomos eleitas legitimamente para isso”, declarou em entrevista ao Jornal da EP, da Rádio EP FM.
Na última segunda-feira (2), a secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que investiga um suspeito de 28 anos, cujo computador e telefone celular foram apreendidos.
Segundo Thainara, embora ameaças desse tipo sejam comuns, o ineditismo do caso está no fato de as deputadas de direita também terem sido alvo. “Me parece que esses grupos ganham pontos quando criam terror: quanto mais visibilidade, quanto mais aparecer na imprensa, quanto mais medo e terror provocarem, essas pessoas ganham pontos nesses grupos”, opinou.
Por conta das ameaças, a deputada Beth Sahão (PT) solicitou que a Polícia Federal também investigue o caso.
Logo após o ocorrido, a deputada estadual Márcia Lia publicou um vídeo pedindo providências da Alesp. “Nós estamos perplexas com o que tem acontecido nesta Casa, porque nós, deputadas mulheres, estamos recebendo ameaça de morte, de sermos estupradas, de um doido qualquer, que a gente não tem ideia do que está acontecendo, e estamos pedindo atitudes desta Casa“, afirmou.
Para Thainara Faria, não se pode naturalizar ameaças e é preciso endurecer a legislação. “Agora, a gente precisa que o Estado tome uma postura diante disso. Se nós, que somos figuras públicas, que ganhamos bem para isso, que temos uma segurança mais reforçada, sofremos esse tipo de caso, imagina a pessoa anônima, que está na casa dela, sendo ameaçada, sendo extorquida muitas vezes“, concluiu. (Com informações da Agência Brasil e Jornal da EP)

