O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Araraquara recebeu, na última terça-feira (29), os depoimentos de três ex-assessores do vereador Emanoel Sponton (Progressistas), além de comprovantes de transferências bancárias feitas por uma ex-assessora para a mãe do parlamentar.
Segundo o vereador e presidente do Conselho de Ética, Aluízio Braz, o Boi, todo o material foi encaminhado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) no final da tarde de ontem e contam com 14 comprovantes de pix, feitos para a mãe do vereador, ao longo de um ano.
“Todo esse material será analisado pelo Conselho de Ética ao longo do feriado e do final de semana. Na segunda-feira (5), iremos nos reunir novamente para tomar uma decisão sobre o caso”, afirmou Boi.
PRÓXIMOS PASSOS
Caso o Conselho de Ética opte por apresentar uma denúncia formal, ela será encaminhada para votação em plenário. Para que se crie uma Comissão Processante, são necessários ao menos dez votos favoráveis. Essa comissão será composta por três vereadores sorteados.
“Eles terão 90 dias para analisar todas as provas e decidir se a denúncia será arquivada ou se o vereador será afastado ou até mesmo cassado. As provas são concretas, mas o vereador tem o direito de se defender”, reforçou o presidente do Conselho.
ENTENDA O CASO
O vereador Emanoel Sponton é investigado por suspeita de rachadinha na Câmara de Araraquara. Ex-assessores afirmam que o parlamentar exigia o repasse informal de parte de seus salários — cerca de R$ 300 mensais — para a conta bancária de sua mãe.
A denúncia veio à tona em março de 2025 e gerou grande repercussão política. No dia 24 daquele mês, o Conselho de Ética deu início a uma investigação interna e convocou os envolvidos para prestar depoimentos.
Diante da denúncia e com base nos depoimentos apresentados no matinal da rádio EPFM, os partidos solicitaram ao MP-SP a abertura de um PIC (Procedimento Investigatório Criminal) para apurar possível crime de concussão – conhecido popularmente como rachadinha – e também atos de improbidade.
DEFESA
Em sua defesa, Emanoel Sponton publicou nota negando as acusações e declarando que “não há qualquer procedimento investigativo instaurado pela Justiça” sobre sua conduta. Ainda em nota, o progressista classificou a denúncia como “revanchista” e “distorcida”.
Morador do Jardim das Hortências, na região leste de Araraquara, Emanoel Sponton está em seu segundo mandato como vereador. Durante as investigações, o Conselho também deverá verificar quando ocorreram os pagamentos, caso a denúncia seja comprovada, já que há impedimentos legais para agir sobre legislaturas anteriores.