Durante participação na tribuna popular da sessão da Câmara desta terça-feira (15), representante dos coletores de lixo opinou sobre a situação das alterações no modelo de coleta em Araraquara.
Sem possibilidade dos coletores se apoiarem nos estribos para descanso entre um ponto e outro de coleta, o representante da Urban, Deijane da Conceição, disse que a situação ficou “desumana”.
O responsável pela empresa ressaltou que o antigo modelo adotado em Araraquara é semelhante ao de outros municípios brasileiros. Conceição citou, inclusive, capitais como São Paulo e Brasília.
“É uma situação que nunca vi, tenho 15 anos de coleta, os demais são experientes e nunca vimos. Trabalhei na capital, em Brasília e nunca vi. Ninguém tem ciência de uma situação como essa”, explicou.
“Vai trazer e está trazendo prejuízos, inclusive financeiros para a empresa. Mas estamos aqui para falar dos coletores, que estão sofrendo e a cidade vai passar a sofrer também”, completou.
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O responsável pela terceirizada responsável pela coleta de lixo disse aos vereadores que mesmo durante o período de pandemia, não houve suspensão ou prejuízo no serviço.
“Não queremos mais nada, apenas trabalhar. Ter a plataforma de descanso e trabalhar. Não queremos aumento, somente trabalhar, fazer nosso período normal”, disse.
Durante sua fala na Casa de Leis, o representante da terceirizada Urban citou que a coleta de lixo feita nesta terça-feira em Araraquara foi cumprida em cerca de 60%.
“Hoje não conseguimos. Acho que conseguimos 60% e já foi um esforço muito grande. Amanhã é outro lado que tem que fazer, a noite é outro. Não vai conseguir”, finalizou.
PARA ENTENDER
O novo modelo foi adotado em Araraquara após ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2017 pedindo alteração no modelo de trabalho dos coletores. Em 2020, a Justiça determinou as alterações e o município teve 12 meses para se adequar.
No dia 27 de janeiro, os trabalhadores deixaram de ser transportados na parte traseira dos caminhões, o que foi considerado pelo MPT como uma afronta à decisão judicial. Com isso, o órgão cobrou a administração municipal do cumprimento daquilo que foi decidido.